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Opinião ——

#botenamesa: o respeito é só o começo

Fabiana Gutierrez

21 de abril de 2021

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Continuando a conversa sobre a campanha da ONU “Bote na Mesa”, que fala sobre equidade de gênero. Esse é um convite para que todas as pessoas participem e, não só comecem a pensar sobre o tema, mas também entender como podem – devem – se engajar nele. 

Quando olhamos as relações humanas – do ponto de vista teórico – é muito simples dizer que todos têm o mesmo direito e devem ser tratados de forma igualitária. Então, por que na prática é tão difícil? 

Sei que para muitos é difícil aceitar que nossa sociedade foi construída numa lógica masculina, branca e heteronormativa. Isso faz com que quebrar estereótipos, vieses e preconceitos seja um grande desafio. No entanto, não há mais escolhas muito menos desculpas. O mínimo que as mulheres estão pedindo é respeito. 

Mas a mulher é mais delicada, não consegue se impor. 

Mas a mulher tem filho e sai de licença maternidade. 

Mas a mulher tem obrigações em casa que limita sua dedicação no trabalho. 

Mas...

Mas isso são preconceitos seus. 

Primeiro porque, apesar da delicadeza e senso de cuidado ser uma característica feminina, não é exclusiva das mulheres e nem todas as mulheres têm essas características acentuadas. Segundo, ainda bem que podemos contar com perfis diversos que trarão diferentes competências e olhares para as atividades a serem realizadas. Depois, temos novos formatos de família há muitos anos que – ainda bem – já estão cobertas e amparadas pela lei para licença parentalidade. Sim, licença do casal, seja ele composto da maneira que for porque estamos falando de dois seres humanos que querem ter uma família e cuidar de uma criança. E uma notícia chocante: nem precisa ser filho biológico!

Por fim, a mulher acaba tendo essas obrigações adicionais em casa porque muitas vezes não tem um(a) companheiro(a) para dividir as tarefas ou ele(a), com muita sorte, atua apenas como ajudante e não como corresponsável nessas tarefas domésticas. 

Assim, é obrigação de todos nós olhar as disparidades de oportunidades e responsabilidades das mulheres e dos homens e ajustá-las. E a pergunta que fica é: o que eu posso fazer no meu dia-a-dia para diminuir essa desigualdade? 

Dentro do meu ambiente de trabalho:

- Dou oportunidade de desenvolvimento de carreira para mulheres?

- Os salários para as mesmas funções são equiparados entre os gêneros? 

- Como me relaciono com as mulheres com as quais eu trabalho? – piadas, comentários, interrupções...

Dentro do meu convívio:

- As tarefas domésticas são divididas igualmente? 

- Como trato as mulheres com as quais me relaciono? 

- Recrimino comportamentos e comentários machistas no meu círculo? 

- Dou suporte a mulheres vítimas de violência ou situações / relações abusivas?

Essa não é uma reflexão de uma mulher para os homens, é uma reflexão também para nós, mulheres. Mulheres que querem e DEVEM ser tratadas com respeito e profissionalismo, com as nossas competências e habilidades. Como hoje, se enxerga a um homem. 

*Ilustração da capa: Nadezda Grapes

Fabiana Gutierrez

Comunicadora, fã de redes sociais, blogueira, mãe, empreendedora social e feliz. Não necessariamente nessa ordem. Descobri que o que não muda, é que tudo muda. Apenas o que é importante permanece porque o que não toca o coração, não fica na mente. Tento viver o que acredito e por isso estou aqui.


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