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Opinião ——

"Dislike“ somente para os corajosos

Carla Scheidegger

17 de setembro de 2015

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Querido Mark,

Ao saber de suas intenções de lançar um botão que se aproxime de “Empatia” ao invés de “Dislike”, percebi que existe uma grande falha de definição no seu discurso, que vou tentar esclarecer:

Empatia não “se expressa”, pois por definição, ela é uma habilidade nativa que as pessoas possuem em compreender e participar de emoções e sentimentos de outras, levando-as ou não à uma atitude empática. Corrijam-me os colegas da Neurociência, mas numa reação empática, determinadas áreas de nosso cérebro (mais especificamente do córtex insularis), que armazenam todas as sensações do nosso corpo - como por exemplo, a elevação do batimento cardíaco quando estamos ansiosos - são ativadas. Por exemplo,  quando vejo um post de um machucado, como um corte no dedo, eu, que já me machuquei, conheço a dor e consigo acessá-la, sentindo algo muito parecido. 

Essa competência socioemocional é um poderoso canal de conexão, pois as emoções (felicidade, raiva, tristeza, medo etc.) são os que todos os seres humanos têm em comum. Essas reações acontecem o tempo todo em nosso cérebro, mesmo que não tenhamos consciência disso. O que prova que os seres humanos estão mais conectados do que imaginam, mesmo sem se conhecer ou serem amigos no Facebook. Portanto, um botão de “empatia” não alcançaria o objetivo de comunicar a compreensão de sentimentos, porque o que se expressa são as emoções, se estas estiverem pré-armazenadas em nosso cérebro. 

Além disso, os emoticons, com suas devidas restrições, já assumiram esta função. Hoje, compartilhamos sentimentos o tempo todo. – “emote and share | feeling happy! ;)”

Na vida sempre haverá a diversidade. O sim e o não. O tudo e o nada. O gostei e o não gostei. Isso é democrático e incontrolável. Quem insere conteúdo em sua timeline, já é corajoso o suficiente para assumir sua vulnerabilidade e se expor a críticas, sejam elas positivas ou negativas. Nada mais justo, portanto, do que facilitar o processo e dar a chance a quem tiver, também, a coragem de clicar abertamente em “Dislike”, de “entender e se relacionar” com aquela situação – cada um olhando para sua tela no seu canto do mundo.

Carla Scheidegger

No papel: Comunicadora Social pela ESPM , pós-graduada pela Fundação Getúlio Vargas (São Paulo, Brasil) e Universität zu Köln (Colônia, Alemanha). Na perspectiva de outros: alemã no Brasil e brasileira na Alemanha, onde vive há quase 20 anos e fundou a irmã sem fins lucrativos de Carlotas (Carlotas gGmbH). No dia a dia: praticante da empatia e questionadora social desde criança. Já liderou times em empresas de diversos portes e atendeu clientes internacionais em agências de marketing digital, antes de se engajar, enfim, em projetos de integração, empoderamento feminino e promoção de diversidade, empatia e respeito em corporações e instituições de ensino.


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