Ultimamente, tem rolado uns posts sobre usar ou não a borracha na escola. Dentro da tal polêmica, algumas coisas me chamaram atenção. A primeira é como as coisas podem ser descontextualizadas e, assim, manipuladas ficando bem longe da ideia ou fato original. A outra, que tem acontecido muito com o advento de se esconder atrás da tela do computador, é uma epidemia de opiniões sobre todo e qualquer assunto sem ao menos se informar a respeito. Com o agravante de uma bateção de boca descabida sem ao menos citar o referido assunto. Cadê o respeito, minha gente?
Com a história da borracha não foi diferente. Não sei a real intenção do cientista que queria levar as borrachas para a fogueira. Sei do que acreditamos aqui em Carlotas. Todo erro traz um mundo de possibilidades. Olha-lo para aprender com ele. Se permitir errar e ser vulnerável. Transformá-lo e criar a partir dele.
Costumamos dizer que, assim como na vida, em Carlotas não usamos borrachas. Exercitamos com isso a capacidade de nos aceitar falíveis e buscar alternativas e novos caminhos. Na prática, vemos muito choro e desespero nas atividades sem borracha. Mas é um caminho. Assim como também, não podemos descartar a borracha como um desses caminhos para refazer e recriar a partir do erro.
Mas desde que o erro não seja visto como algo vergonhoso e sim parte do processo de crescimento. Coincidência ou não, essa semana o portal TAB, do UOL, traz uma reflexão sobre o fracasso. Já de cara, abre a matéria dizendo que se não é possível evitar, abrace e aprenda com ele. O erro existe e faz parte do processo de quem faz. Já diria a minha avó: Não erra quem não faz! O erro existe justamente para ajustarmos a rota e seguir em frente. Ele é um aliado valioso para avaliação e melhora. Não adianta errar, passar a borracha e fingir que não aconteceu porque dessa forma, inevitavelmente, cometeremos novamente os mesmos erros.
Além do aprendizado óbvio que um erro traz, outro ponto importante de reflexão fica de tudo isso: a vulnerabilidade. Reconhecer o erro é uma das partes mais difíceis para nós. Expor nossa falha pode ser angustiante. Mas também é libertador. E a partir daí, se torna muito mais fácil transformar o erro em degrau. Se para isso precisaremos usar a borracha, que seja ela o instrumento para nossa transformação. O importante é não perder a transformação.
Veja aqui o artigo da Folha de São Paulo sobre a borracha e decida que papel ela tem de agora em diante para você.