O dia 10 de outubro marca o Dia Mundial da Saúde Mental, uma iniciativa da Federação Mundial de Saúde Mental  (World Federation for Mental Health) que visa ampliar o diálogo, educar, conscientizar e diminuir a discriminação em relação às pessoas que sofrem com doenças, transtornos ou qualquer situação sensível em relação à saúde mental. 

Acabamos de passar por setembro, um mês que marca discussões importantes em relação a uma das consequências mais graves que adoecimento mental e emocional podem trazer: o suicídio. Todo esforço e  movimento que nos aproxime da prevenção vale a pena. Então vamos trazer essa pauta mais uma vez para o centro das discussões.

Um dos motivos pelos quais as pessoas em sofrimento mental muitas vezes não pedem ajuda é a vergonha ou o constrangimento. O receio de sofrer uma repressão ou julgamento de amigos, colegas e familiares faz com que o indivíduo evite ativar sua rede de apoio, o que aumenta os riscos e as chances do quadro se agravar.

Ao mesmo tempo que percebemos um grande avanço nos estudos da psicologia e da psiquiatria no tratamento e cuidados a diversas patologias, percebemos que a conscientização da população não acompanha na mesma velocidade. Infelizmente, ainda escutamos frases como “é mimimi”, ou “é falta de problemas de verdade”, “se esforce um pouco mais que passa”, entre muitas outras. Frases e comentários que demonstram uma total falta de sensibilidade e compreensão em relação às causas e consequências das dores emocionais. 

O adoecimento mental pode ser silencioso, onde a pessoa consegue se manter em funcionamento socialmente ativo e ao mesmo tempo estando em alto grau de sofrimento. Por esse e outros motivos, trazer essa pauta para o centro das nossas conversas é urgente. Segundo alguns artigos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) Brasil, a saúde mental é uma das aéreas mais negligenciadas do sistema de saúde pública mundial, ou seja, milhões de pessoas não recebem atendimento especializado de qualidade para suas questões mentais. 

Sabemos que a pandemia de COVID-19 trouxe fatores desafiadores (como o luto pela perda de pessoas, instabilidade econômica, isolamento social, mudanças estruturais na rotina) que podem ter potencializado quadros de adoecimento mental e emocional. Enquanto as pesquisam mostram esse agravamento, nosso sistema de saúde e acolhimento não crescem na mesma medida.

Neste ano, o tema da campanha do Dia Mundial de Saúde Mental organizado pelo Sistema das Nações Unida é: “Saúde Mental em um Mundo Desigual”. Esse tema foi escolhido para potencializar a conscientização e movimentar ações que visam proteger as populações que estão em maior risco. Em um mundo cada vez desigual, o acesso às condições básicas de saúde mental está longe de ser justo. 

Nossa intenção em colocar um holofote neste tema é fazer um convite para nos corresponsabilizarmos em relação ao nosso autocuidado e também ao cuidado com o mundo emocional de quem nos cerca. Sabemos que as relações podem fazer grande diferença quando falamos de saúde mental. O que dizemos, o nosso olhar, o nosso julgamento e a nossa escuta podem ferir ou acolher o outro, e isso tem um poder que nem imaginamos. 

Nosso desejo é que a gente amplie a nossa pesquisa e o nosso conhecimento em relação aos transtornos mentais, à inteligência e competências socioemocionais (é preciso nos alfabetizarmos emocionalmente), em relação à psicoterapia (buscando desmistificar e diminuir os tabus e preconceitos associados ao tema) e a temas relacionados ao autocuidado e autoconhecimento.

Essas pautas podem e devem estar no centro das conversas em escolas, empresas, famílias e grupos de amigos. Quanto mais dialogarmos sobre o assunto, maiores as chances de criarmos juntos recursos de enfrentamento.

Está tudo bem não estar tudo bem! Se possível, busque ajuda e apoio profissional. Conversar com sua rede de apoio é importante, mas não substitui o acompanhamento de um profissional da área. Se você está lendo este texto em busca de algum apoio urgente, compartilhamos aqui três links para te apoia: 

>> Centro de Valorização da Vida (CVV) - Apoio emocional e prevenção do suicídio, apoio 24 horas. Acesse o site ou Disque 188. 

>> CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) - Estão de portas abertas para acolhimento, procure o mais próximo de você. 

>> Pode Falar -  Um canal de ajuda em saúde mental para você que tem de 13 a 24 anos.

Se você gostaria de receber o apoio de Carlotas em sua escola ou empresa para abordar esse tema com a sua equipe, entre em contato por Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Estamos trilhando uma jornada estruturada com clientes e parceiros pensando juntos em estratégias para acolher e potencializar a saúde mental de todos(as). 

Saúde Mental não é mimimi, não é brincadeira, não é exagero e não pode esperar. 

*Imagem da capa: Joice Kelly via Unsplash.