O saber-se em si e no mundo é o caminho que percorremos durante nossa jornada de vida. O tempo não importa, o que importa são os encontros e também os desencontros, as relações que nos afinam e desafinam compondo as canções temas dessa nossa linda trajetória.
Como seria percorrer essa jornada ao lado de pessoas acolhedoras, respeitosas e que se reconhecem imperfeitas? Como seria ter os outros nos reconhecendo em nossa humanidade imperfeitamente plena desde pequenos? Como seria um mundo no qual pudéssemos, sem medo e sem julgamentos, aceitarmos quem somos e assim recebermos quem os outros são de braços, olhos e ouvidos abertos?
Como seria...? Onde seria? Quando seria?
Talvez no sonho..., esse lugar que às vezes parece caminhar a margem do devaneio. Lugar que habitamos tantas vezes ao longo da jornada e nos convida a desconstruir a realidade que nos é imposta e a construir outras mil... Esse lugar que se mistura com a realidade enquanto somos pequenos e que nutre nosso ser de beleza e encantamento... Nesse lugar que nós adultos esquecemos de visitar por conta dos afazeres e da falta do tempo do devaneio, seria nele que poderíamos começar a buscar outras possibilidades...
No sonho, com o olho pequeno mirando o passado e o grande, o futuro*, embalados pelas canções da nossa trajetória, poderíamos começar a construir a desconstrução do que nos desagrada e a construir outras realidades possíveis.
*constatação de uma criança de 8 anos ao reparar que a maioria dos personagens de Carlotas possuem um olho pequeno e outro grande. Ela disse: “já sei, o olho pequeno olha pro passado e o grande parao futuro!!!”.