Faz 92 anos que as mulheres conquistaram seu direito ao voto. No próximo domingo voltaremos às urnas para a escolha de vereadores(as) e prefeitos(as).
Você sabe quantas candidatas teremos para este ano?
Já estão disponíveis, na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os percentuais de candidaturas femininas e de pessoas negras por partido político. Do total de 456.310 candidaturas registradas, 155 mil são de mulheres e 301.310 são de homens. Desses totais por gênero, 74.355 são mulheres não negras, 80.645 mulheres negras, 159.942 homens negros e 141.368 homens não negros.
Portanto, esses números indicam que apenas 15% das candidaturas este ano serão representadas por mulheres e de acordo com o levantamento da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) esse é o maior percentual desde 2000.
A diretora-presidente da Elas no Poder, Thânisia Cruz, relaciona a falta de representatividade feminina a questões de gênero, raça, classe, território e as violências que rondam as eleitoras como:
Ameaças e chantagens para votar no candidato que o homem indica;
A religião ainda influenciando a tomada de decisão na hora do voto;
O desencorajamento de mulheres participarem de processos políticos.
Para que possamos repensar e enfrentar os milhares de desafios que ainda hoje estão presentes na política, o Senado juntamente com o Ministério das Mulheres e da Igualdade Racial lançou um guia eleitoral para candidaturas femininas e negras objetivando não só apoiar as candidaturas de grupos subrepresentados em suas jornadas políticas ao longo dos pleitos eleitorais, mas também contribuir para uma transformação social mais inclusiva, que potencialize a participação coletiva, a justa distribuição equitativa de oportunidades e o fortalecimento da democracia brasileira.
O guia é uma ferramenta estratégica para enfrentar os desafios da representação feminina e negra na política. Além de organizar o ciclo eleitoral, oferece recomendações específicas para superar obstáculos como fraudes às cotas de gênero, as fragilidades na implementação das ações afirmativas para pessoas negras, a violência política contra mulheres e pessoas negras, entre outros.
Afinal, a inclusão de vozes de mulheres e pessoas negras na política contribui para uma diversificação nos espaços decisórios, o aprofundamento da justiça social e o combate às desigualdades estruturais.
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