A Angela chegou em Carlotas como ela chega em todos os lugares, tomando espaço e sem medo de ser quem ela é. Emociona estar perto de uma mulher como ela, forte, franca e sem rodeios. Além disso, ela é muito, muito inteligente que já estudou nas universidades mais importantes do mundo. Quando fala, podemos observar os olhos dos ouvintes brilhando porque ela toca na nossa alma. É lindo de ver multidões admirando Angela enquanto ela disserta sobre a luta do seu povo e seu trabalho contra o racismo e o machismo.
Angela é uma mulher negra, nascida nos Estados Unidos, em 1944. Cresceu no Alabama, um estado que tem o preconceito racial enraizado na cultura. Angela sempre teve seu cabelo black power, super poderoso. As dificuldades em crescer naquele lugar as fortaleceram para seguir com a luta pela igualdade de direitos para a população negra.
Mas essa luta é puxada, viu?! Por muito tempo as pessoas foram ensinadas que existe uma raça humana superior que outra, sendo que isso é mentira. Elas eram ensinadas que a diferente pigmentação da pele influencia na inteligência, na capacidade de realizar certas atividades, ou na força. Ou pior, eram ensinadas que mulheres têm vontades e habilidades diferentes dos homens. Hoje, sabemos que isso tudo não é verdade, os diferentes tons de pele nada tem a ver com habilidades e inteligência e mulheres e homens podem exercer as mesmas atividades com resultados iguais. Sem falar que a anatomia mostra que, por baixo da pele todos nós, seres humanos, temos os mesmos órgãos, músculos e esqueleto.
Foi somente depois de 20 anos que a Angela nasceu, que o Ato dos Direitos Humanos (Civil Rights Act) foi aprovado, proibindo a segregação racial nos estados norte americanos que ainda permitiam isso acontecer. Antes disso, ela e o resto da população negra tinham que passar por absurdos como: sentar nos bancos de trás do ônibus, não poder usar banheiros públicos nem frequentar restaurantes e bares que eram “somente para brancos” (whites only). ABSURDOS que somente a ignorância pode suportar.
Angela sempre viu essa história de opressão e tirania como inspiradora para criar mudanças. Ela sabia que tinha muito o que fazer e ainda tem. Foi já na adolescência que Angela criou um grupo de estudos inter-raciais. Na universidade, decidiu que seria ativista pela luta de direitos iguais e lutaria pelas mulheres, especialmente afrodescendentes e pobres.
“Você tem que agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo.” afirma Angela.
Ela definiu sua estratégia e, daquele dia em diante, ela jamais baixou sua cabeça, muito menos sua voz. Hoje ela é filósofa, professora, escritora, palestrante e diva master! Aqui, no mundo de Carlotas, todos admiram sua trajetória e é quase que uma heroína, lutando pela igualdade e para que a voz de todos seja ouvida!