O consumo virtual

Grande parte da população global já se acostumou com a comodidade de fazer compras de forma virtual e receber os produtos com qualidade e facilidade em suas casas, sendo esta, detectada por alguns futurologistas (profissionais que estudam de forma científica, vários cenários possíveis do futuro para a humanidade) uma tendência de comportamento dos consumidores no século XXI – antes mesmo de se imaginar a chegada da pandemia. Com o isolamento social, essa mudança de hábito parece ter acelerado e se tornado ‘mais natural’ para todos, de todas as idades e gerações, que da noite para o dia passaram a usar ativamente serviços como Home Refil, Ifood, Rappi, ou até mesmo, passaram a fazer pedidos via whatsapp e efetuar pagamentos e transferências via aplicativos de bancos para receber produtos e/ou alimentos em suas casas.

Formas de consumo foram reinventadas, de simples tarefas do dia-a-dia, como fazer compras de supermercado, ou até mesmo fazer a feira semanal, tudo de uma hora para outra ficou realmente virtual. Vendedores e consumidores precisaram se adaptar, para sobreviver. A velocidade foi tanta que em poucos dias, muitos que apresentavam dificuldades com tecnologia, já estavam entendidos do assunto, inclusive compartilhando dicas de como proceder e muitas vezes até, já pensando em dar um upgrade em seus serviços de internet, adquirir novos aparelhos para melhorar o sinal de wi-fi ou até mesmo, pensando em comprar novos celulares, tablets e/ou computadores, para facilitar e agilizar o acesso às facilidades que a internet nos proporcionou.

É interessante notar que ao mesmo tempo que muitas pessoas passaram a economizar e controlar seus gastos, outras passaram a consumir ainda mais, por conta dessa facilidade. A grande questão é realmente parar para refletir sobre o que estão consumindo e como estão consumindo.

Além da facilidade, vale considerar que a tecnologia poupou milhares e milhares de impressões de comprovantes de papel, desta forma, economizando tanto papéis quanto tintas, quanto manutenção de máquinas de impressão, quanto o trabalho humano.

Vale destacar também, a forma que as contas bancárias passaram a operar, tudo realmente virtual sem mais a necessidade das agências físicas. Os atendimentos dos gerentes passaram a ser remotos e até novos bancos totalmente virtuais passaram a existir. Até mesmo a forma de operar grandes mercados como a bolsa de valores, compra e venda de ações, todas as operações totalmente online.

Apesar de termos a sensação que tudo de repente se tornou virtual, por conta do isolamento social, o mundo talvez já tivesse realmente se preparando para este caminho, um mundo com mais autonomia e que muitos negócios e empresas já não precisariam mais ser físicos, e desta forma, as pessoas passaram a trabalhar com mais responsabilidade de qualquer lugar do mundo, através dos recursos tecnológicos, cada vez mais seguros e comuns às pessoas de todas as idades e gerações.

Outro ponto a ser considerado, são as moedas alternativas, como os bitcoins, por exemplo, que é uma moeda digital, que não necessita de terceiros para funcionar, ou seja, é uma criptomoeda independente, onde você não depende de bancos, grandes corporações ou governos para movimentar o seu dinheiro, e funciona sem qualquer interrupção, por uma rede descentralizada extremamente segura chamada Blockchain.

Muitos acreditam que esta pode ser inclusive uma forma de investimento, e apesar de parecer algo super recente, esta moeda já está no mercado há alguns anos (surgiu em 2008), mas até hoje, ainda existem muitas dúvidas e inseguranças sobre a sua existência. Especialistas em segurança digital, afirmam que ter bitcoins chega a ser mais seguro do que ter o dinheiro no banco, uma vez que os sistemas bancários tradicionais possuem alguns servidores centrais e os bitcoins, para alguém conseguir atacar a rede, seria necessário invadir milhões de computadores em todo mundo, uma tarefa praticamente impossível.

Muito utilizado entre os grandes entendedores de informática, de hackers a investidores, os bitcoins estão espalhados por aí, alguns lugares chegam a aceitar pagamentos via bitcoins, e muito comumente também são utilizados como forma de recompensa em caso de sequestro de dados.

Apesar de este artigo ter uma abordagem muito positiva sobre a tecnologia e a evolução natural dos processos de se tornarem virtuais, é importante considerar que nem tudo são flores. Assim como existe o crime de forma física, tem se tornado cada vez mais comum também o crime de forma virtual, onde hackers costumam invadir servidores e roubar dados de empresas, pessoas e até mesmo de instituições bancárias, negociando bitcoins em troca da devolução das informações e/ou dados. Infelizmente, assim como a tecnologia evolui, as novas formas de crime também evoluem, e com isso, a necessidade cada vez maior de encontrar formas seguras das operações virtuais acontecerem, e a necessidade de revisar inclusive a legislação para punições desse tipo de ação, protegendo a população de maneira geral.

*Imagem da capa: John Schnobrich via Unsplash.

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