Eu e a supremacia branca

Eu e a supremacia branca: A imagem está colorida com tons de bege, nela tem homem em pé do andando, uns pela direita e outros pelo esquerda e mulher no meio indo para esquerda

Há mais de 12 anos ando mergulhada nas questões de DEI, aprendendo e buscando meu lugar nisso tudo. Entendi meus privilégios e a responsabilidade que tenho no espaço que ocupo. 

Nessa caminhada, poucas coisas me trouxeram surpresa ou desconforto porque tenho clareza do impacto social que as relações têm. Mas posso dizer que um dos grandes saltos no meu letramento – racial, especialmente – foi o livro Eu e a Supremacia Branca – Como reconhecer seu privilégio, combater o Racismo e Mudar o Mundo. 

Já tinha lido diversos livros, incluindo o básico Manual Antirracista da Djamila Ribeiro, até o mais complexo Racismo Estrutural do Silvio de Almeida, e cursos como os da Paula Batista – Ser Antirracista – grande parceira e mestra nessa jornada.

E o que esse livro – Eu e a Supremacia Branca – traz de tão especial?

Talvez a linguagem, talvez o conteúdo, talvez a proposta. Ou talvez o meu momento de estar mais aberta para o que ele traz. Mas ele foca na branquitude, ou seja, privilégios e responsabilidade das pessoas brancas.

Layla F Saad é uma mulher negra muçulmana que vive no Quatar. Seus pais emigraram para o Reino Unido, onde ela nasceu, vindos de Zanzibar e do Quênia. Com o pai membro da marinha, viveu em diversos lugares e essa sua experiência permitiu que sua percepção do racismo fosse bastante acentuada.

No livro ela não apenas apresenta os pontos de racismo estrutural e institucional, mas nos convida, dentro do nosso cotidiano (branco), a identificar posturas racistas e pontuar como vamos mudá-las. Sim, o livro não é apenas para leitura, é um livro de reflexão e muito trabalho.

Capa a do livro: Eu e a supremacia branca
Capa do Livro: Eu e a supremacia branca: Como reconhecer seu privilégio, combater o racismo e mudar o mundo

São 28 dias de uma jornada sobre a branquitude e seus impactos nas vidas negras. Durante esse percurso, criei um diário – ou um caderno de registro – com as minhas reflexões, dúvidas e desafios. Mas, acima de tudo, com o compromisso de trazer a verdade, por mais que me doesse. Aqui o que está em jogo não é a intenção mas o impacto das ações que temos. 

A cada dia, o livro traz diferentes temas e aspectos do racismo explicando o que é, dando exemplos claros de como acontece no dia a dia e a sugestão de reflexão e ação – perguntas disparadoras para identificarmos os comportamentos na nossa vida. 

Ainda no final do livro, Layla dá uma sugestão de continuação do trabalho e orienta como podem ser feitos círculos de leitura e trabalho a partir do livro. Ele realmente é para quem quer entender e começar a praticar o antirracismo. 

Confesso que não foi fácil encarar alguns temas (talvez por isso fazer um tema por dia pode ajudar) e a mudança vem inconstante no início. Se você é uma pessoa branca e acha que está pronta para encarar a herança e a perpetuação das desigualdades que infelizmente reproduzimos, essa é a ferramenta para te ajudar. 

“Teremos que nos arrepender nesta geração não apenas das palavras odiosas e ações das pessoas más, mas do silêncio terrível das pessoas boas.” – Dr Martin Luther King

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