O que senti ao ler “O Diário da Mãe da Alice”
Tenho que escrever! Foi assim que imaginei tirar do peito aquele monte de emoções que estava sentindo.
“O improvável não é impossível, embora o possível também não seja certo. Na vontade e no desejo, o corpo é ensaio de uma invenção que nunca acaba.”
Depois de ter encarado em doses homeopáticas os primeiros capítulos do Diário da Mãe da Alice, resolvi, no dia 26/12, encará-lo de verdade.
“Quero olhar ao meu redor e ver além do que meus olhos podem ver.”
Me dei conta das lágrimas que teimavam escorrer no meu rosto enquanto não podia parar de ler para descobrir como a pequena Alice estava evoluindo. Ouvia as risadas dos meus filhos brincando na piscina e chorava ainda mais. Não de tristeza ou pena da Alice e de seus bravos pais, mas de emoção porque o Diário da Mãe da Alice era a poesia de amor mais linda que já li.
“Mas quem experimenta um novo jeito de olhar, uma nova postura perante o outro, já não encontra as mesmas coisas.”
Repleto de compaixão, descobertas e empatia, Mariana, a mãe da Alice, conta as descobertas desse milagre chamado vida que insistimos em não olhar. Separei uma série de capítulos e citações para compartilhar mas percebi que marquei quase todas as páginas com aprendizados. Então, só posso dizer que vale a pena ler e se encantar com esse diário. Mas ainda assim, destaco o capítulo que narra o primeiro sorriso da pequena Alice. Dentre tantas conquistas, esse para mim é especial, porque tivemos a honra de conversar com a Mariana justamente no dia 12 de dezembro de 2016, quando fazia exatos 2 anos do primeiro sorriso da Alice.
Se a Alice ensinou a Mariana a viver, o Diário dela transformou em poesia o que tenho no coração.
“Não me ajeito com esses nomes: deficiente, portador de deficiência, portador de necessidades especiais. Não se trata de negação de nenhuma condição. Ao contrário! Reconheço nessas designações qualquer ser humano. Todos temos deficiências ou necessidades especiais, em maior ou menor grau, conhecidas ou desconhecidas. É o que nos diferencia, mas também, e muito, o que nos une. São inúmeras, diversas e diferentes as nossas condições de ser e estar no mundo. Todas elas são condições de vulnerabilidade e (inter)dependência. Mais do que necessidades especiais, cada pessoa de nosso convívio, em sua inteireza e particularidade, requer cuidados essenciais que lhe possibilitem experimentar a vida, enquanto lugar da diversidade, do respeito e do amor.”