Carpe Diem: Resgatando a arte de aproveitar a vida

Com mais perguntas que respostas, é assim que termino “Carpe Diem”, de Roman Krznaric. No seu melhor estilo filosófico, traz questões sobre o significado dessa expressão tão usada mas tão pouco vivida. Desafia nosso cotidiano que mata lentamente essa maneira de viver, esvaziando seu real significado.

Roman questiona nossa obsessão pelo controle e pelo planejamento, enquanto coloca em dúvida as atitudes impulsivas e sem dimensão das consequências. Um dos pontos que ele reforça muito é a perspectiva de finitude da vida e as escolhas que cada qual faz com isso.

Muitos que já passaram por experiências traumáticas ou de quase morte, em geral, tem essa clareza maior e acabam tentando levar sua vida num Carpe Diem Mode com mais intensidade que os demais.

Riscos e certezas, planos e impulso, causa e consequência. É o equilíbrio da vida e isso é absolutamente individual. Cada qual com suas dores e sabores, medos e coragens. Mais que aproveitar o dia, o livro faz pensar em nosso papel na vida. Os papéis que assumimos, com quem assumimos e porquê assumimos.

Cabe somente a nós decidir se nós os controlamos ou se eles que nos controlam. Se aproveitamos o dia ou se o dia se aproveita de nós.

“Quando tinha dezesseis anos, li uma citação que dizia mais ou menos isso: “Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia você estará indubitavelmente certo.” Isso me impressionou e, desde então, nos últimos 33 anos, me olhei no espelho cada manhã e perguntei a mim mesmo: “Se hoje fosse o último dia da sua vida, ia querer fazer o que estou prestes a fazer hoje?” E sempre que a resposta foi não por vários dias seguidos, sabia que precisava mudar alguma coisa.”

– Steve Jobs

Não é sobre aproveitar o dia e pular em aventuras mas em como viver plenamente cada um dos nossos dias.

De todas as perguntas que ficaram agora depois desse livro, posso garantir que todos os dias começo prometendo que esse será um dia com mais lembranças que arrependimentos e termino me perguntando se e o que teria mudado nele. Porque como disse Sartre: O que não é possível é não escolher. Devo saber que, se não escolho, isso ainda é uma escolha.”

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