Um estudo sobre as Relações nos Ambientes de Trabalho

Como parte do entendimento sobre as relações humanas, no segundo semestre de 2016, Carlotas passou a fazer um mapeamento das “Relações nos Ambientes de Trabalho”.

Esse estudo, tem o objetivo de entender quais são os maiores problemas e maiores motivadores dentro das empresas.

Em novembro, apresentamos o resultado dessa análise, em primeira mão, no CBTD16.

METODOLOGIA

Disponibilizamos, através do Survey Monkey, as duas questões abertas a seguir em 4 diferentes idiomas, portuguêsinglêsespanhol e alemão.

1) Na sua opinião, qual o principal problema nas empresas atualmente?
2) O que te faria sentir-se realizado e trabalhar com mais qualidade?

Os questionários foram disponibilizados no período de 14 de setembro a 15 de novembro por meio de e-mail marketing, força tarefa do time Carlotas e da nossa página no Facebook. Foram obtidas 217 respostas de pessoas que vivem e trabalham em 6 países diferentes: Brasil, USA, Alemanha, Colômbia, Holanda, Inglaterra.

RESULTADOS

Para a primeira pergunta, sobre o principal problema, os elementos mais citados foram:

 

Para a segunda questão, sobre os principais motivadores, surgiram:

 

ANÁLISE

A maior parte dos entrevistados apontou o RECONHECIMENTO como maior problema e também como fator de motivação. Este elemento está fortemente relacionado ao valor humano e à CONFIANCA, que também apareceu como resposta para as duas perguntas.

Colaboradores e gestores sentem que, com mais confiança, todos teriam mais liberdade, autonomia e flexibilidade para execução das tarefas, o que resultaria em maior motivação e num ambiente mais colaborativo, fomentando novas ideias e ações. Com a ajuda de todos, também seria possível desenvolver um trabalho ainda melhor, com respeito ao time.

Muitos dos fatores que foram pontuados estão diretamente ligados ao comportamento em geral passando por colaboração, autonomia, flexibilidade, comunicação e respeito.

Com esses resultados em mãos, ficou claro que a maior parte dos problemas – para não dizer todos – estavam inter-relacionados com os pontos de motivação.

Analisando os problemas mencionados, percebemos que é bastante difícil resolver cada um deles isoladamente. Isso porque qualquer alteração num quesito prevê a mudança em outro. Por exemplo: para trabalhar CONFIANÇA, necessariamente deverá haver mudança na COMUNICAÇÃO, ALINHAMENTO e porque não dizer também RECONHECIMENTO e o FOCO nas pessoas?

E assim, acontece com todos os elementos apontados, pois são pontos complexos de relações complexas. Porém todos tem um ponto em comum: o ser humano. A partir daí, percebemos que cuidar das relações humanas pode mobilizar diversos desses pontos ao mesmo tempo. Um olhar empático dentro das empresas permite que as pessoas possam trabalhar se sentindo mais respeitadas, podendo ser elas mesmas e, assim, contribuir mais.

O QUE APRENDEMOS ATÉ AQUI?

Para colocar em prática esse “novo olhar”, o primeiro passo é ampliar o conceito de “diversidade”. Muito se fala de inclusão e aceitação mas, o que está sendo tratado, são características, muitas vezes, apenas físicas: a diversidade vista como a diferença de um padrão pré-estabelecido. No entanto, ela tem que ser vista como multiplicidade, como escolhas e possibilidades onde TODOS, sem exceção, fazem parte.

Entender que cada um é diferente parece óbvio mas, de fato, é extremamente desafiador. Temos a tendência de achar que qualquer coisa que não nos é familiar, dentro dos nossos padrões, é automaticamente o “diferente” e, não raro, errado. Dificilmente lembramos de que nós somos a diferença para o outro. Isso porque as diferenças não estão (só) no externo. Somos, de fato, pessoas muito diferentes em nossas essências.

É então que surge outro desafio: desconstruir a definição de perfeição e todos os padrões que estão nesse pacote, para seremos capazes de criar uma nova relação não só com todos a nossa volta, mas conosco.

Para construir relações melhores, precisamos olhar para nós mesmos e perceber nossas imperfeições e diferenças, aprendendo a nos respeitar também. Somente quando olhamos para dentro nós e nos percebemos com toda nossa vulnerabilidade é que podemos olhar para o outro e nos conectar como seres humanos. Assim, temos a oportunidade de perceber como o outro e, então, percebermos e olharmos juntos para o mundo a nossa volta.

Esse é um exercício constante de construção de empatia. A grande descoberta é que a empatia vem da habilidade que temos em nos conectar com o outro, criar esse vínculo, no qual reconheço na outra pessoa algo meu, algo humano, algo que vai nos unir mesmo com todas as diferenças.

Regendo todas as relações, esse novo olhar traz para dentro das empresas a oportunidade de transformar diferenças em multiplicidade, opções e escolhas. Por mais que defina seus valores e um padrão de recrutamento e treinamento, seu capital humano inevitavelmente será diversificado, reforçando a importância de investir no desenvolvimento do potencial empático para transformar o ambiente de trabalho em um local respeitoso com pessoas conectadas entre si, criativas e, por fim, produtivas.

CONTINUIDADE DO ESTUDO

Carlotas pretende dar continuidade no mapeamento das Relações nos Ambientes de Trabalho e acompanhar resultados. Em breve, disponibilizaremos o link para a etapa número 2 da pesquisa.

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