Meu entendimento sobre empatia sempre foi o de me colocar no lugar do outro e me conectar de alguma maneira com o seu sentimento. Um avanço para o mundo egoísta e individualista que vivemos no momento, não ficar presa apenas ao meu sentimento foi um grande passo em direção ao outro.
Esse caminho me levou a sentir a dor da tragédia Humana. Chorei pelo Rio Doce (que por hora está morto), pelas crianças abusadas, pelas pessoas que passam a vida inteira lutando para sobreviver, pela descaso que o governo tem pelo povo brasileiro, por aqueles que morrem pela ganância que alguns homens têm pelo poder e dinheiro. Por mais que eu evite o contato com a imprensa que adora vender e explorar uma tragédia, é impossível não se deparar em alguns momentos com ela. Eu que sempre vejo o lado cheio do copo, me deparei com o precipício do lado vazio.
Isso me fez questionar a minha ideia de empatia. Me colocar no lugar do outro, era um bom começo, mas não o suficiente. Como poderia ajudar o outro efetivamente?
Foi nesse momento que a Comunicação não Violenta, conhecida como CNV, me trouxe outros elementos para resignificar a empatia. Na CNV a empatia é um meio e não o fim, diante de algo que vai contra a vida precisamos agir, a empatia aparece como um meio de identificar a real necessidade do outro.
Esse texto do Cartas Ridículas ilustra bem o poder de reconhecer a necessidade do outro e não apenas se colocar no lugar do outro e reconhecer o seu sentimento.
Qual é a necessidade que está por trás de um sentimento?
Já vi duas pessoas discutirem por acharem que tinham pensamentos totalmente diferentes, mas as necessidades eram as mesmas. Na CNV o ser humano tem em comum cinco desejos: ser amado, ser reconhecido, ser útil, ser elogiado e ser livre.
Gostaria de deixar um desafio para vocês. A próxima vez que vocês estiverem discutindo com alguém, apenas observem e não julguem. Tentem identificar o desejo do outro, pode ser o mesmo que o seu.
*Imagem da capa retirada do vídeo onde Brené Brown explica empatia.