Neurodiversidade – Escolas e Empresas Estão Prontas para Fazer Sua Parte?

Composição abstrata tridimensional feita de blocos coloridos em tons vibrantes, formando um gradiente do vermelho ao roxo, simbolizando diversidade e complexidade.

O Jornal ESTADÃO trouxe, no dia 15 de fevereiro de 2024, uma reportagem assinada por Luciana Garbin intitulada: “Pais e escolas estão prontos para fazer sua parte?”. O artigo destaca que, embora a ciência compreenda melhor as necessidades das crianças atípicas, a sociedade ainda está longe de alcançar esse mesmo nível de entendimento.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo nos diagnósticos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). 

Segundo o Censo de Educação Básica, atualmente há cerca de 200 mil crianças e adolescentes matriculados nas escolas com esses transtornos, representando um aumento de 50%. Antes, a prevalência era de 1 em cada 150 crianças; hoje, é de 1 em cada 36. Estima-se que de 5% a 8% da população global tenha TEA e/ou TDAH.

Embora a ciência tenha avançado, a sociedade ainda enfrenta desafios significativos para acolher e incluir essas crianças de maneira eficaz. Essa realidade também se estende ao ambiente de trabalho, não apenas para pessoas neurodivergentes, mas para todas as formas de diversidade. Aqui estão sete desafios críticos que precisamos enfrentar juntos e como eles impactam tanto a educação quanto o mercado de trabalho:

  1. Nem Sempre o Diagnóstico Está Correto

Um diagnóstico adequado pode transformar vidas. No meu caso, fui erroneamente diagnosticado como autista quando criança. Foi a insistência da minha mãe que garantiu um diagnóstico correto, permitindo-me acessar as adaptações adequadas para o meu desenvolvimento, por exemplo sem leitura labial e aparelho eu não teria desenvolvido essa habilidade.Neurodiversidade – Escolas e Empresas Estão Prontas para Fazer Sua Parte?

Temos o papel na liderança de sempre apoiar nossos colaboradores a ter acesso aos melhores médicos e sistema de saúde.

Na Escola: Muitos profissionais não possuem a formação necessária para identificar corretamente transtornos de desenvolvimento, levando a rótulos equivocados e abordagens inadequadas.

No Trabalho: Diagnósticos tardios estão em alta, e a falta de reconhecimento das capacidades individuais pode resultar no subaproveitamento de talentos. O diagnóstico não deve focar apenas em limitações, mas também em competências.

 

  1. Nem Sempre a Família ou a Pessoa Aceita o Diagnóstico

Quando meu irmão foi diagnosticado com Síndrome de Usher, sua reação inicial foi de depressão e receio do preconceito. Comigo, o diagnóstico trouxe um alívio, permitindo-me entender minhas limitações e adaptar-me. 

Mas muitas pessoas e familiares não aceitam o diagnóstico, e algumas vezes acabam o escondendo da sociedade. Isso  pode gerar consequências no desenvolvimento a longo prazo.

O papel do líder é fornecer as ferramentas certas para todas as pessoas se sentirem pertencentes.

Na Escola: A aceitação do diagnóstico pelos pais é essencial para o desenvolvimento e inclusão das crianças.

No Trabalho: Muitos colaboradores escondem sua deficiência por medo de preconceito e falta de oportunidades.

 

  1. Nem Sempre a Escola Faz a Adaptação Correta

Minha experiência na Inglaterra e no México mostrou-me exemplos positivos de adaptação educacional, que costumo contar nas minhas palestras. No Brasil, a Fundação Dom Cabral (FDC) tem sido um excelente exemplo nesse sentido.

A Turma do Jiló da Carolina Videira (Ela/She/Ella) tem feito um trabalho incrível na adaptação e formação, sendo que nas escolas com metodologia da Turma do Jiló 87% das crianças com deficiência se formam.

Na Escola: A inclusão requer ajustes no currículo e na metodologia de ensino.

No Trabalho: Empresas precisam adaptar processos e ferramentas para garantir um ambiente inclusivo. A acessibilidade deve estar presente na cultura, nos dispositivos e na tecnologia.

 

  1. Nem Sempre a Escola Trabalha a Integração das Crianças Atípicas

A falta de integração também ocorre no ambiente corporativo. Segundo a Talento Incluir 60% das pessoas com deficiência nunca foram promovidas.

A Stardust Zone | Neurodiversidade e Inovação da Sarah Fernn 🌻 ♾️ tem feito um trabalho poderoso na inclusão e empregabilidade de pessoas neurodiversas no mercado de trabalho.

Na Escola: A participação ativa das crianças atípicas exige sensibilização e formação.

No Trabalho: A transparência e o feedback são fundamentais para criar um ambiente produtivo e colaborativo.

 

  1. Nem Sempre Escolas e Famílias se Entendem

A comunicação entre a escola e a família é essencial, assim como do trabalho com seu colaborador e até a família dependendo de alguns casos. No entanto, muitas vezes, há um distanciamento e uma falta de entendimento mútuo, dificultando o suporte adequado à criança, muitos sentem que estão fazendo um favor.

Desafio na Escola: A comunicação entre a escola e a família é essencial, mas muitas vezes há um distanciamento e falta de entendimento mútuo.

No Trabalho: A comunicação transparente e eficaz entre os membros da equipe e a liderança é fundamental para resolver problemas e promover um ambiente de trabalho coeso.

 

  1. Nem Sempre a Sociedade Entende o Diagnóstico

Com muitos diagnósticos surgindo e muitas pessoas se diagnosticando, muitas pessoas e sociedade acham que é “mimimi”, porém é grave, precisamos dar atenção, isso afeta o desenvolvimento da criança e até da sociedade.

Não é “mimimi”, é sério, isso pode salvar vidas, carreiras e progresso do país.

Desafio na Escola: A sociedade ainda desconfia do número crescente de diagnósticos e não compreende os desafios enfrentados pelas crianças atípicas e suas famílias.

No Trabalho: A conscientização e a educação sobre a diversidade e inclusão no ambiente de trabalho são essenciais para combater preconceitos e promover a aceitação.

 

  1. Além de Tudo Isso, Tem as Telas…

Muitas vezes telas e tecnologias acabam dando mais autonomia, mas precisamos lembrar que em excesso podem ter um impacto profundo, principalmente a longo prazo.

Desafio na Escola: O mundo digital impôs novos desafios à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças.

No Trabalho: O uso excessivo de tecnologia no ambiente de trabalho pode levar à sobrecarga de informações e aumento da ansiedade. É importante encontrar um equilíbrio saudável.

Ao enfrentar esses desafios na educação, podemos aprender lições valiosas para aplicar no ambiente de trabalho. A parceria entre escola, família e terapeutas é fundamental para o sucesso das crianças atípicas. Da mesma forma, a colaboração, a compreensão e o suporte são essenciais para criar um ambiente de trabalho inclusivo e produtivo.

Vamos continuar essa conversa e buscar soluções efetivas para promover a inclusão em todos os aspectos da nossa sociedade!

 

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