PT

EN

DE

A origem da palavra empatia

Aproveitando que junho é o mês da empatia, resolvi ir a fundo para buscar a raiz da palavra empatia para ajudar a olhar as práticas empáticas.

Para nós latinos, a palavra empatia vem do Grego EMPATHEIA , que EN = “em” mais PATHOS, “sofrimento / paixão”, ou seja, estar em estado de paixão, de sofrimento.

Mas o entendimento e significado que damos à empatia hoje é influenciado pelo filósofo alemão Theodor Lipps que, no final do século XIX, oficializou o termo “Einfühlung” como a sensação ou a interferência que sofremos por algo ou alguém. A tradução literal é “sentir em” e ele estava se referindo, na época, sobre a nossa capacidade de “sentir em” obras de arte, literatura ou na natureza, tendo uma relação emocional com elas, e não apenas racional.

Alguns anos mais tarde, Edward Titchner, psicólogo britânico, decide traduzir esse conceito. Então, Einfühlung – que no inglês é “feeling into ou in feeling”- que nasceu para nomear o afeto ou efeito decorrente da observação de alguma coisa se desenvolveu para o termo “empathy” e passou a englobar o efeito que as relações humanas têm em nós.

E aqui traz algo bem importante do conceito de empatia, ela só acontece na relação com o outro, criar essa conexão com o outro.

Então trazendo a raiz da palavra – Pathos como paixão / sofrimento – podemos trazer:

APATIA (‘A’ é a negação, não) – Muito embora possa ver a dor, o sofrimento, é incapaz de se afetar por isso. Não sentir e não entrar nesse estado de emoção e permanecer num estado de uma alma indiferente.

ANTIPATIA (‘ANTI’ é o contra) – ter antipatia é sentir de maneira oposta, pode-se dizer de um sentimento de repulsa ou repugnância diante de alguém. Aqui, infelizmente, ser contra o sofrimento do outro, não significa querer que ele acabe, mas que a pessoa não quer que isso a atrapalhe ou incomode. Um estado de autocentramento que o meu é mais importante que o do outro.

SIMPATIA (‘SYN’ significa junto) – esse é um conceito que se aproxima e muitas vezes se confunde com a empatia mas que na prática é bastante distante. Com a simpatia há o compartilhar e a afinidade e essa é a grande diferença, pois o simpático se conecta apenas no comum e naquilo que se compartilha, mas se não há esse elo comum, não consegue estabelecer a conexão. É quando vejo a dor do outro, mas não me afeta, então quero transformar o dolorido em colorido.

EMPATIA (‘EM’ é o estar dentro) – a chave da empatia é a conexão, o ‘deixar se afetar pela dor do outro’ mesmo que eu não compartilhe com aquele estado no momento, porém, sou capaz de me deixar afetar. E esse ‘deixar se afetar”não é sentir a dor do outro, mas se conectar com essa dor e a partir disso, perceber que esse outro tem um lugar dentro de você e se colocar à disposição para ajudá-lo. O intuito não é parar a dor, diminuí-la, amenizá-la ou interrompê-la, mas sim estar ao lado para atuar ‘com’ e não ‘pelo’ o outro.

Assim, parafraseando Carl Rogers:

empatia é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele.

Se quiser saber mais sobre nossos projetos ou se tiver interesse em contribuir de alguma forma com conteúdo alinhado ao nosso propósito ou ideias, envie-nos uma mensagem que entraremos em contato com você o mais rápido possível!.

Pular para o conteúdo