Outro dia, lendo um dos livros da incrível Carla Madeira, havia uma frase que misturava as palavras afetivo e efetivo e isso me remeteu diretamente para uma conversa que tive com uma amiga, aquelas conexões que fazemos automaticamente, e, ao nos darmos conta, já viraram uma tremenda reflexão. Me peguei pensando quando foi que essas duas palavras se tornaram praticamente antônimos dentro de algumas empresas no universo corporativo.
Quando uma atuação próxima, carinhosa, cuidadosa, deixou de ser atrelada a algo efetivo, resolutivo, agregador.
Dá para alcançar resultados e pensar nas pessoas que estão envolvidas nos processos? Dá para correr atrás da meta sem deixar ninguém para trás nessa corrida?
Dá para demonstrar posicionamento e ter uma comunicação afetiva? Precisa fazer o time ter medo ao invés de respeito? Precisa gritar para mostrar hierarquia?
Precisa ser sério(a) ou chato(a) o tempo todo para ser visto(a) como exemplo a ser seguido(a)?
Nesse momento em que os afastamentos do trabalho por questões de saúde mental cresceram 38% só em 2023 (fonte aqui) e já são hoje a terceira maior causa desses afastamentos, não seria o afeto uma maneira efetiva e válida para auxiliar em um melhor clima organizacional e sentimento de pertencimento, reduzindo faltas, queda na produtividade, insatisfação e consequentemente impacto financeiro?
‘Ai Gabriela, que bla bla bla é esse’! Você pode estar pensando, e aí te trago alguns números para apoiar na reflexão:
A Organização Mundial da Saúde aponta que ansiedade e depressão, por exemplo, têm um impacto econômico na economia global – aproximadamente US$1 trilhão em perda de produtividade.
E não para por aí, de acordo com o GPTW, empresas com os melhores índices de bem-estar apresentam 76% menos chance de saída voluntária dos colaboradores, o que reduz todo o custo de recrutamento e seleção, treinamento, etc.
Fica a reflexão, de como equilibrar esses dois “comportamentos” e aqui algo totalmente pessoal – eu entendo afeto como uma mistura de carinho, cuidado, respeito ao outro(a), empatia. E trabalhar com afeto é como seguir o que acredito, o que de fato valorizo como comportamento humano. É quase uma questão ética, sabe?
Para mim a equação é básica e a ordem dos fatores não afeta o produto: Afetividade + Efetividade = Assertividade
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