Confesso que não sou profunda conhecedora do trabalho do Emicida mas isso não é nem de longe desculpa para não mergulhar na linda narrativa que ele traz no seu documentário AmarElo. Já estava ensaiando assistir, mas o incentivo de uma mulher especial que tive a oportunidade de conhecer neste fim de ano, me fez decidir que era hora de fazê-lo. E na companhia dos meus filhos.
Num misto de poesia e música, Emicida traz um panorama histórico, da música dos negros e de São Paulo, e esfrega na nossa cara – com muita delicadeza – o quanto somos ignorantes e arrogantes.
Não conhecer nossa história e não honrar todos aqueles que fazem parte dela é negar a possibilidade de corrigir o rumo, ajustar o passo e ir em direção ao que sonhamos: um mundo melhor. Não entender a história nos torna escravos dela repetindo incansavelmente os erros que cometemos.
Um convite para olhar com poesia o que construímos até aqui mas principalmente um chamado para o que queremos daqui para frente.
“Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje.” Ditado Iorubá
Possivelmente essa frase que aparece no documentário está rondando as redes sociais e assim ficará até que possamos dar o real significado. A urgência de não repetir os erros mas aprender com eles. A urgência de reconhecer o lugar que cada um ocupa e deixá-lo ocupar com legitimidade. A urgência que só a arte pode nos trazer com leveza e profundidade.
Imperdível!