Uma grande mestra minha dizia que fazemos escolhas por questões afetivas e emocionais e que, depois, arranjamos uma justificativa racional para ela. Isso tudo, claro, de forma um tanto quanto inconsciente. Um outro grande mestre meu sempre dizia: “a verdade não existe. Ela é uma coisa difusa formada por diferentes pontos de vista.” O que a gente pode fazer é escolher um ponto como referência, tendo a consciência de que ele tem suas limitações. Pois bem, hoje vou falar de um ponto de vista que me agrada muito pela simplicidade. Eu vou falar do papel da confiança para o bom desempenho de equipes.
A base para esse texto vem do modelo proposto por Lencioni (2002), cujo título é “As 5 disfunções de uma equipe” e pode ser representado pelo desenho abaixo.
De forma muito resumida, o que esse esquema sustenta é que a base de toda disfunção de uma equipe está na falta de confiança. A lógica do autor é que, sem confiança, cria-se um clima artificial de harmonia, pois os reais problemas não são trazidos à tona. Isso, por sua vez, gera falta de comprometimento, que leva a uma redução dos níveis de qualidade e, por último, produz desatenção e perda de foco.
Não vou me alongar em todos os aspectos do modelo. Para uma visão mais aprofundada, recomendo a leitura da obra completa (The five Dysfunction of a Team, Patrick Lencioni) e também deste artigo de autoria minha e da Gabriela Treteski, no qual falo um pouco da relação desse modelo com a improvisação aplicada.
O foco deste texto está no aspecto da confiança, a base da pirâmide.
A confiança da qual fala o autor é aquela que nasce da percepção de que, em um grupo, todos possuem boas intenções e, por isso, não há motivos para medir palavras ou proteger-se. Se há esse tipo de confiança no grupo, todos se sentem confortáveis para se colocarem numa posição de vulnerabilidade frente aos demais. Todos podem admitir suas limitações e inseguranças e pedir ajuda quando achar necessário. Se as equipes conseguem atingir esse nível de confiança, cada indivíduo pode concentrar sua energia para a tarefa em si, em vez de dispersá-la tentando manter aparências ou esconder problemas. Todos podem falar abertamente sobre os problemas e como superá-los, sem que ninguém se sinta atacado ou ameaçado.
Como disse no começo do texto, tudo isso não passa de um ponto de vista. Certamente existem infinitas formas de ver e descrever essa mesma realidade. Por isso, eu gostaria de terminar este texto com algumas perguntas que ajudem a explorar e abrir a questão ao invés de fechar o tema, pode ser? Vamos lá:
• No seu ambiente de trabalho, você acha que há essa confiança entre os indivíduos?
• Na sua opinião, o que falta nesse modelo?
• Você acha que há alguma relação entre confiança e empatia? Se sim, fale mais sobre isso.
Estou esperando as respostas de vocês. Escreva para carlotas@carlotas.org 😉
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