Balanço 2023 para Diversidade, Equidade e Inclusão

ilustração, mulher de costas mas virada para o lado. Vemos o rosto dela na frente de outras muitas pessoas mais apagadas ao fundo

Nesse balanço de 2023, posso dizer que foi um ano desafiador para a pauta da diversidade, equidade e inclusão. Sentimos isso por acompanhar de perto diversas empresas nas suas jornadas pela equidade e inclusão. Apesar das expectativas geradas pela posse do presidente Lula, a realidade se mostrou bastante diferente e as dificuldades afetaram negativamente os avanços alcançados nos últimos anos e as atividades esperadas para este ano.

Busquei alguma pesquisa que confirmasse o que vemos acontecer mas não achei as fontes, mas a dura realidade aponta que pessoas dos grupos minorizados, como pessoas negras, LGBTI+ e mulheres, foram as mais afetadas por conta dos cortes de gastos e demissões em massa ocorridos no mercado.

Além disso, os investimentos em diversidade e inclusão também foram reduzidos. Muito dessa redução deve-se a cortes de budget fazendo com que os departamentos de RH, Diversidade (para as empresas que tem) e os Grupos de Afinidade ficassem sobrecarregados para dar conta de uma temática que deve ser estratégica e de toda a empresa.

É verdade que alguns avanços aconteceram como a aprovação da Lei 14.611/2023, que busca garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres.

Mais do que necessária num país no qual a diferença salarial média é de 20% e, nos cargos de liderança, as mulheres CEOs das empresas listadas na B3 recebem salários 30% inferiores aos de seus colegas homens.

Ainda que a pauta de gênero (e aqui entendesse gênero infelizmente somente a representatividade de mulheres em cargos de liderança) seja a que mais caminha dentro das organizações, a representatividade feminina na liderança é de apenas 21% dos membros dos conselhos administrativos e 26% das diretoras executivas no Brasil, segundo o estudo Panorama Mulheres 2023, realizado pela Talenses Group e pelo Insper. Assim, podemos imaginar como estão as demais pautas.

Diante desse cenário, é imprescindível adotar uma abordagem coletiva em 2024 para avançar na busca pela igualdade salarial e representatividade dos grupos assim como mudanças estruturais.

Essa não é uma pauta de um departamento mas é uma pauta estratégica para as empresas. Diversidade deve ser olhada como um assunto de Governança e permear as diretrizes das organizações.

Somente assim podemos construir um ambiente de trabalho mais inclusivo, equitativo e diversificado para todos.

Que 2024 venha com transformações! Preparado(a) para fazer sua parte?

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