Desde pequeno, Colin passava horas olhando para o céu. Todo mundo falava que ele vivia com a cabeça nas nuvens, igual a Vanessa. Mas para ele, era diferente. Não queria só estar com a cabeça nas nuvens, queria estar inteiro por lá. E não só nas nuvens. Queria estar em outro planeta, nas estrelas, viajar com os cometas, passear pela lua.
E foi observando o céu que Colin aprendeu que a vida tem ciclos. Tem hora de sol, tem hora de chuva, tem hora de flores, tem hora de escassez. Tem maré alta, tem maré baixa, tem plantio, tem espera, tem colheita.
No primeiro dia que Colin conseguiu ir para uma missão espacial, ele mal dormiu a noite. Ficava pensando como seria a lua de perto? Conseguiria tocar nas estrelas? Ele iria conseguir ver sua casa do espaço? Será que ele ainda ia achar que sua casa era a Terra?
Mesmo tendo ido diversas vezes para o espaço, Colin não deixa de se encantar com a imensidão e beleza. Cada vez que viaja numa missão, descobre uma estrela nova, um planeta novo, um cantinho do universo que não conhecia. E a lua? Parece que é sempre uma nova lua que vem dar boas-vindas aos visitantes. Mas Colin não sabia se a lua era nova ou era ele que era um novo Colin a cada instante. Só sabia que era parte daquilo tudo. Tão pequeno e insignificante, mas parte desse imenso universo.
E ele, cada vez que estava na Terra, entendia que cada um era parte desse todo também. Pequenos e insignificantes, mas absurdamente potentes ao fazer sua parte.
Um papel no chão podia fazer pouca diferença, mas 7 bilhões de papéis tornam a terra inabitável. Uma torneira fechada enquanto se escova o dente são alguns litros de água que se economiza. 7 bilhões de torneiras abertas faz com que não tenhamos água para viver. Deixar de usar a máscara ou não lavar as mãos quando chega em casa, não impacta só um. Impacta o todo.
Cada um, tão pequeno diante do universo e tão potente para fazer a sua parte. Assim como as estrelas, pequenos pontinhos, e juntas, uma constelação.