Todos já ouvimos a famosa frase popular : “Confiança não se pede, se conquista”. Para mim ela sempre foi contraditória porque se a confiança está na capacidade de refrear sua própria pretensão para criar oportunidade para o outro, então ela é algo que se dá a alguém.
Se dá pela capacidade de acreditar que o outro é capaz de desenvolver determinada atividade, de reconhecer suas competências, suas intenções, ao observar a coerência e integridade moral no compromisso e respeito ao que foi assumido.
A conquista sempre me soou como um caminho que leva alguém a obter algo por meio de muito esforço e empenho. Mas desse jeito, parece que só uma pessoa precisa empregar energia na relação de confiança enquanto a outra acompanha sua trajetória para chegar lá. Entendo que nesse caso não seja bem assim.
Para se criar uma relação de confiança é preciso uma mão de via dupla e requer coragem para agir, apesar do medo e da desconfiança para investir no outro. Em um mundo cada vez mais caótico existem atitudes que podem ajudar nesse processo:
Ter transparência com a verdade e clareza nos diálogos que devem ser alimentados por conversas genuínas e construtivas.
Exercício do auto reconhecimento de falhas e oportunidades, praticar a empatia ao ter a consciência das diferenças, do impacto que causamos nos outros e da necessidade de isenção de julgamentos.
Cumprir o combinado, sejam as promessas feitas ou os sigilos acordados. É manter sua palavra ao que foi dito, e é essa atitude que mais demanda tempo e sensibilidade nessa relação. A coerência e consistência entre aquilo que é dito e realizado sobre os acontecimentos que podem demonstrar a estabilidade na relação.
Você já parou para pensar se você tem se doado o suficiente para construir uma relação de confiança ou fica na espera que o outro não te decepcione?
* Foto da capa por Tali Ramos.