Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

No dia 21 de Março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 (vinte mil) pessoas faziam um protesto pacífico contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Mesmo assim, a polícia reagiu, matou 69 pessoas desarmadas e deixou 186 feridos. Em razão desse terrível acontecimento, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) o dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

E no Brasil? Será que avançamos com esse tema?

Em 1988, a Constituição cidadã já mencionava como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Teoricamente havia a preocupação com o tema, mas na prática essa preocupação não saiu do papel. Só em 1989 os crimes resultantes de preconceito de raça e cor foram definidos.

A principal mudança surge no início deste ano com a sanção da Lei que reconheceu a injúria racial como uma modalidade do crime de racismo.

E qual a importância disso?

Na prática as penas são maiores se comparadas ao crime de injúria. Além disso, ele é imprescritível, ou seja, pode ser julgado a qualquer tempo e não há mais a possibilidade das pessoas que cometeram injúria racial responderem ao processo em liberdade.

Legalmente, avançamos, de forma lenta, mas avançamos. Porém, há outras formas de lutarmos contra a discriminação racial. Uma delas é através da educação. Em São Paulo, por determinação da Secretaria Municipal da Educação (SME), as questões étnico raciais devem ser observadas e trabalhadas na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. Essa é uma outra forma de trazer o tema, mas entendo que ainda é insuficiente.

Precisamos ser Antirracistas

Trago aqui um último ponto de reflexão que nos convida a ir além da legislação e do ambiente escolar. Enquanto não nos reconhecermos como aprendizes na reconstrução dessas relações, questionando nossos próprios olhares, compreendendo a existência de privilégios concentrados em pequenos grupos e, acima de tudo, recusando qualquer forma de violência, humilhação ou discriminação – independentemente da raça, cor, orientação sexual ou crença –, não poderemos verdadeiramente avançar e construir uma sociedade justa e igualitária.

 

Este artigo foi postado em 20 de Março de 2023, repostado em 21 de Março 2025.

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