Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil : A imagem é uma ilustração colorida e estilizada que retrata uma cena de rua com três personagens principais e alguns elementos adicionais. Descrição dos Elementos: Personagens Principais: Personagem Central: Um menino com pele amarela, cabelo preto espetado e uma expressão neutra no rosto. Ele está vestindo uma camisa branca e está de pé atrás de um carrinho de vendas vermelho. O carrinho tem diversos itens em cima, como copos e recipientes, sugerindo que ele está vendendo algo como comida ou bebidas. Personagem à Direita: Uma menina com pele clara, cabelo preto amarrado em um coque e usando óculos. Ela está vestindo uma blusa listrada em preto e branco e uma saia vermelha. Ela está estendendo a mão para uma outra menina, como se estivesse entregando ou recebendo algo. Outra Menina à Direita: Parecida com a primeira menina, mas com uma saia preta e uma blusa vermelha. Ela também está de óculos e tem cabelo preto preso em um coque. Elementos Adicionais: À Esquerda: Uma bicicleta ou moto amarela com um cesto verde-azulado, que parece estar carregando bananas ou algum tipo de fruta. Fundo: O fundo é azul claro com várias marcas e manchas artísticas, dando uma sensação de uma parede antiga ou desgastada. Há também algumas ilustrações abstratas penduradas na parede, como um saco de farinha e outras imagens não claramente definidas. O chão parece ter manchas de tinta e marcas de desgaste, adicionando um toque de realismo artístico à cena. Ambiente: A cena sugere uma atividade de venda ambulante em uma área urbana. A ilustração usa cores vibrantes e contrastantes, com um estilo de desenho infantil e expressivo. As expressões dos personagens são simples, mas comunicam interações cotidianas. A imagem retrata um cenário comum em algumas partes do mundo onde crianças podem estar envolvidas em atividades comerciais informais, possivelmente aludindo ao tema do trabalho infantil.

Uma data marcante que provoca desconforto, que nos convida a repensar nossas estruturas sociais e nos faz encarar uma triste realidade. O dia 12 de junho é o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Quando me deparo com essas duas palavras juntas: “trabalho” e “infantil”, é como se um desconforto me invadisse imediatamente. Algo está fora do lugar, é uma combinação que não deveríamos encontrar com tanta facilidade, mas os dados nos apontam um cenário grave que não pode ser ignorado ou naturalizado.

Segundo o IBGE, “em 2022, havia 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil no país. Isso representa 4,9% da população nessa faixa etária.” (Leia a pesquisa completa aqui). É um cenário muito grave.

Quando falamos de trabalho infantil, não podemos levar em consideração apenas se crianças e adolescentes estão ou não estão no mercado de trabalho, mas em quais condições estão. Pensar sobre isso está intrinsecamente ligado e nos traz reflexões a respeito dos direitos fundamentais das crianças. Estamos falando dos direitos a uma infância segura, com acesso à educação e à saúde, livre de exploração e outras violações. 

Os dados gerais apresentados pelo IBGE em 2022 nos mostram um cenário muito cruel e preocupante. Dentre os 1,9 milhões de crianças e adolescentes que estão em algum mercado de trabalho, 756 mil atuam nas piores formas de trabalho, que envolve risco de acidentes ou são prejudiciais à saúde. 

Vamos aprofundar em um bem específico: O trabalho Infantil no Tráfico de Drogas

Nesta segunda-feira, dia 10 de junho de 2024 tive a oportunidade de estar presente em um evento sobre “O trabalho Infantil no Tráfico de Drogas” promovido pelo Instituto Mundo Aflora. Estavam presentes diversas autoridades e especialistas no tema e as provocações convidaram os(as) participantes a encararem essa realidade mais de perto.

A verdade é que estamos olhando muito pouco e nos comprometendo quase nada na construção de uma rede de proteção eficiente para nossas crianças e adolescentes inseridos nessa realidade

Entre os muitos dados levantados, um se destacou: estamos falhando em garantir a proteção das nossas crianças e jovens. O tráfico de drogas é um sistema complexo e profundo, que responde a necessidades e circunstâncias que não podem ser percebidas na camada mais rasa e superficial das nossas bolhas sociais. Não é raro escutarmos pessoas mencionarem discursos embebidos de julgamento que não compreendem a real necessidade de um adolescente que enxerga no tráfico um caminho estruturado para garantir alguma estabilidade, alguma garantia, algum recurso, seja para si ou sua família inteira.

Durante o evento, os(as) profissionais presentes levantaram os inúmeros riscos e prejuízos que esse tipo de trabalho acarreta nas vidas dos menores. Eles estão expostos a muitos perigos, são corpos e vidas violadas e violentadas, que muitas vezes sonham com o básico. Uma fala de uma colaboradora do Instituto Mundo Aflora, Helena Bretos, me atravessou. Ela acompanha jovens que cumpriram medida socioeducativa, estão em processo de ressocialização e buscam por oportunidades ao saírem da Fundação CASA. Quando perguntados(as) quais os sonhos, muitos dizem: estudar, trabalhar, garantir a alimentação da minha família. Frente a esse cenário fica a reflexão: “Isso são sonhos ou direitos?“.

Quando foi que os direitos mais básicos se transformaram em sonhos tão distantes para alguns?

Finalizo a reflexão deste dia nos convidando a termos coragem, antes de tudo, de olhar para uma realidade desconfortável, mas que está bem pertinho de nós. Vamos encarar o cenário sem tirar conclusões tão rasas e começar a pensar em articulações em rede? Redes que valorizem os direitos mais básicos e fundamentais das nossas crianças e adolescentes. A valorização da educação e de políticas públicas de proteção à infância pode ser um primeiro passo para essa transformação tão urgente e necessária! 

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