O programa Explore Carlotas objetiva fomentar, dentro e fora da sala de aula, o diálogo sobre o respeito e empatia. Nossas atividades são focadas em todas as pessoas que fazem parte desse chão. Apoiamos os educadores e educadoras na criação de diálogos sobre emoções, sentimentos, autoconhecimento, de maneira a criar um ambiente seguro e saudável.
Agradecemos por todo o apoio que vocês, educadores e educadoras nos dão nessa jornada. Gostaríamos de fazer essa homenagem hoje, dia 6 de agosto, no Dia Nacional dos Profissionais da Educação compartilhando uma conversa muito especial com alguém que está no chão da escola vivenciando e contribuindo com a educação. Vocês são parte especial da nossa história.
Segue a conversa com nossa querida Val, inspetora da EMEF Marechal Bittencourt.
Valdenice, ou melhor, Tia Nice é aquela pessoa que recebe as crianças com um sorriso no rosto. Por mais que ela tenha problemas, tenta não levar para a escola. Entende que um dos seus papéis é apoiar no que for possível. Trabalha a 10 anos como inspetora. É pedagoga e pós-graduada em psicologia familiar e escolar.
Val, gostaríamos que contasse sobre algum momento marcante que viveu na escola e gostaria de compartilhar.
É difícil falar sobre um, pois todos os dias são marcantes na escola. Teve um dia em que fiquei na sala de uma professora do segundo C no período da tarde. Ela precisou se ausentar um pouco e eu fiquei como apoio. Ela me deu um livro para ler. Comecei a contar a história para as crianças e fiz com que participassem dela. A professora retornou e eu fui surpreendida por um lanche de um aluno como retribuição pela história contada. Percebo que foi um momento em que consegui fazer com que compreendessem e participassem da história.
Outro momento marcante aconteceu em outro segundo ano com um aluno que estava com febre. Ligamos para a família, mas infelizmente não conseguimos entrar em contato. Não podemos medicar, então colocamos um paninho com álcool embaixo das axilas para tentar abaixar a febre. Ficamos ao lado torcendo para a febre não aumentar. Nesse dia fui embora preocupada com a criança. Isso me comoveu muito.
O que faz você sentir que seu trabalho é importante?
Sou filha adotiva e fui muito amada pela minha família. Eu acho que estou devendo algo para eles. Minha mãe sempre gostou muito de criança e hoje, na educação, dedico meu trabalho aos meus pais. Aprendo diariamente com as crianças. Outro dia a mãe de um aluno me perguntou o motivo de não dar aula. Afinal, tenho pedagogia. Eu respondi que se desse aula, teria apenas uma sala e como inspetora, tenho todas as crianças ao meu redor.
Nosso diálogo não parou por aqui. Conversamos com o Sr. José Ferreira Sobral, ou melhor, Sobral, SoSobral ou apenas Vô.
Ele tem 39 anos e 04 meses de trabalho na EMEI Geloira de Campos como agente escolar.
Ele conta que muitos pais que trazem seus filhos e filhas atualmente já foram alunos e alunas da escola e acabam reconhecendo o querido vô. Outro momento marcante foi o abraço que recebeu de uma criança.
O que faz Sobral se sentir importante na escola é gostar do local de trabalho, das pessoas e principalmente das crianças.
Obrigada Sobral, Nice e todas e todos que fazem parte desse chão sagrado do saber!
> Artigo postado originalmente em 6 de agosto de 2023 e repostado para o Dia Nacional dos Profissionais da Educação
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