Não é segredo que sou emotiva – mesmo tentando fazer papel de durona – mas o documentário Life, Animated foi um daqueles que me fez chorar de perder o ar por alguns minutos depois que terminou.
Disponível no Netflix, conta a história de um menino – agora com seus vinte e tantos anos – que aos três anos parou de falar e foi diagnosticado com autismo. Ele passou alguns anos sem falar algo decifrável até a família perceber a conexão que ele tinha com as animações da Disney. A partir daí, foram inúmeras tentativas até que, finalmente, ele voltou a se comunicar. Já postamos sobre esse filme aqui no nosso Jornal, em 2017.
Muitas coisas me tocaram profundamente nesse documentário. Algumas delas vou ser incapaz de compartilhar mas, das que consigo escrever a respeito, a primeira é a capacidade que a manifestação artística tem em nos abraçar a alma e trazer o que está escondido, em nós, para fora. E é esse, justamente, um dos pilares de Carlotas. A arte e ludicidade como ferramentas de tocar pontos que talvez não conseguiríamos elaborar sem essa linda alegoria para nos ajudar a desatar alguns nós. Quanto a isso, a Disney faz com maestria. Trazer nas suas animações conflitos e problemáticas do nosso cotidiano.
Claro que, como mãe, todo o drama familiar me toca muito. Em cada detalhe. A esperança e persistência dos pais. A solidão e peso do irmão. A preocupação de todos de um dia não estar mais. A vulnerabilidade e a entrega para o que se é. As relações , as expectativas, as dores e alegrias de cada um. Tudo toca de uma forma particular.
Para aqueles que assistiram a série Atypical – aqui um post do Jornal sobre, vale ainda mais. Apesar de ter adorado a série, conversando com algumas pessoas fiquei com medo de ser fantasiosa demais. Mas as temáticas retratadas e algumas situações pareceram bastante equivalentes. Lembrando que é um documentário “não caseiro” e que envolve a Disney. Não entendo nada sobre o universo autista e, provavelmente, as poucas referências que tenho não me fazem poder opiniar sobre esse mundo. Mas Life, Animated me fez mergulhar ainda mais no poder do que não conseguimos colocar em palavras, neurotípicos ou não.