Analista de Diversidade é uma expressão que está em grande destaque ultimamente, fui desafiada pelo time a escrever e pesquisar sobre o tema. Para isso, conversei com alguns especialistas da área de diversidade em diferentes empresas.
E afinal, o que um analista de diversidade faz?
Na conversa com a Fabiana Gutierrez, CEO e cofundadora de Carlotas, uma empresa que está ativa no tema desde 2016, ela me disse: É importante entender que essa posição é consequência do movimento que existe para Diversidade, Equidade e Inclusão, o qual as empresas não podem ficar de fora. Nem todas as empresas têm um departamento ou pessoas dedicadas à pauta, algumas acumulando a função de RH ou Comunicação Corporativa + Diversidade. Isso vai influenciar o quanto é possível avançar e priorizar o tema.
Isto posto, uma área, ou pessoas, que olhem DE&I numa empresa vai olhar as políticas estratégicas da empresa para garantir que o posicionamento corporativo esteja de acordo com olhar diverso, inclusivo e equânime de oportunidades. Isso é feito com um olhar crítico a muitos fatores: ao quadro de funcionários, as ações afirmativas para incluir todos e todas na empresa, as políticas específicas de promoção, a velocidade que acontecem as modificações de acessibilidade físicas e estruturais do escritório para contratar uma pessoa com deficiência. Enfim, tem muito mais, mas resumindo é uma função muito ligada à estratégia de posicionamento e que faz parte do valor das empresas.
A partir daí, temos a senioridade da função. Um analista vai trabalhar com dados e análise dos indicadores para propor ações que aumentem a diversidade e que promovam a equidade e inclusão nas empresas.
Na estrutura da empresa, onde essa pessoa se encaixa? Para quem ela responde?
Dependendo da empresa, o analista de diversidade pode estar relacionado a alguns cargos como por exemplo gerente de diversidade ou diretor de diversidade, Muitas vezes essa função está atrelada ao RH como também em comunicação corporativa. Isso dependerá do posicionamento da empresa perante o tema. Empresas mais estruturadas têm um departamento de diversidade e inclusão, um grupo de pessoas que focam em movimentar o tema de várias maneiras por toda a hierarquia.
Conversei com o Alexandre Kiyohara da B3 e ele explicou a forma que o responsável pela diversidade trabalha lá. Há duas pessoas responsáveis. O coordenador que cuida da estratégia e fala com a alta liderança e a analista em diversidade que tem um papel operacional, mas tem também um papel estratégico de entender e consertar a falta da diversidade, como por exemplo, mulheres na liderança. É essa pessoa quem faz o acompanhamento dos programas e andamento da pauta de diversidade. É uma função estratégica também, pois é preciso fazer com que os programas tenham propósito, ou seja, estejam conectados com a empresa.
Para ele, a chave da diferença entre um analista geral e um analista de diversidade é como encaixar a diversidade e trazer resultados efetivos para que tenhamos realmente a inclusão dessas pessoas dentro da cultura da empresa e dentro da empresa como um todo.
Também tive a oportunidade de conversar com a Gabriela Araújo, responsável pela área de Diversidade na Femsa, ela me disse que a analista é responsável por mapear áreas clientes, ou seja, aplica treinamento, constrói campanha e treinamentos, desenha ações para trazer mais pessoas diversas para a companhia, representa a empresa em algum evento, faz mapeamento de oportunidades para trabalhar a questão do empoderamento e também na construção da marca como uma empresa diversa.
De que forma você relaciona Carlotas e a diversidade?
Carlotas foi fundada em 2013 para olhar e cuidar das relações e nossos estudos têm esse olhar. Hoje, trabalhamos com DE&I porque nos especializamos nas relações, respeito e empatia e, portanto, não conseguimos fechar os olhos para as questões humanitárias de igualdade e equidade. O mundo corporativo está cada vez mais imerso no tema e estamos aqui para colaborar. Afinal, como eu sempre digo: as empresas são feitas de pessoas e, portanto, colaboramos com pessoas inspiradoras que buscam trabalhar o tema em suas empresas.