Há pelo menos 10 anos estudo empatia e acredito que essa competência é determinante em como criamos vínculos e cuidamos das nossas relações. Há pelo menos 7 anos, Carlotas trabalha o tema em organizações por acreditar que desenvolver e praticar a empatia é fator chave de sucesso e uma característica que deve ser valorizada por todos, sobretudo pela liderança.
Ser líder é ter um papel simbólico de modelo e espelho para a organização. É o “walk-the-talk”, vivenciar os valores da empresa e, principalmente, ser o maestro de uma grande orquestra: tirar o melhor de cada indivíduo usando as complementaridades (lê-se diferenças) como algo estratégico.
Isso só pode ser feito quando cada um é visto e respeitado podendo contribuir com o que tem de melhor. Para isso, o ambiente deve permitir a escuta e a troca. Mas criar um ambiente assim custa energia, paciência e muita disponibilidade. Entender que as relações são determinantes e, que através dela podemos transformar o mundo, exige de todos confiança e vulnerabilidade.
Por isso, fala-se tanto de empatia mas a prática mostra o quão desafiador é. Estar inteiro, respeitar e entender o outro mesmo sem concordar e aprender a desapegar das nossas verdades torna o exercício da empatia uma das batalhas mais desafiadoras.
Agora imagine, fim de trimestre: metas a bater, pressão econômica, cenário pandêmico. Um líder tem o problema e a solução juntos. Orquestrar seu time para que o resultado seja atingido preservando a saúde emocional e física de todos. Ser empático e criar ambientes seguros psicologicamente falando são a chave para o longo prazo. Se enquanto líder, coloco pressão para o resultado e entregas de curto prazo, posso alcançar os objetivos. Porém esse é um modelo insustentável a médio e longo prazo. Times doentes, com afastamento, burnout, depressão e alta rotatividade.
Liderar é acima de tudo sobre pessoas. E não há competência mais valiosa que criar pontes, cuidar dos vínculos e compor soluções que costumamos chamar de empatia.
Imagem capa: wutwhanfoto via Canva