Olá pessoas de Carlotas!
Maio terminou e nós do Programa ExploreCarlotas buscamos criar novos espaços de diálogo e escuta. Foram aproximadamente 50 encontros com a comunidade escolar.
Neste mês demos continuidade com o tema violências, mas dessa vez, o diálogo foi sobre os impactos no cérebro das crianças e adolescentes submetidos a episódios violentos. De acordo com um estudo feito pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, partes do cérebro responsáveis pela memória, empatia e emoções são desligadas involuntariamente colocando a mente daquele que está sofrendo algum tipo de ato violento em modo de sobrevivência. Esse tipo de exposição causa danos profundos à saúde, ao desenvolvimento e à dignidade.
O olhar atento da gestão, do corpo docente e funcionários (as) é fundamental para enfrentarmos e coibirmos qualquer ato de violência garantindo o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes. Afinal, um dos objetivos da escola é também cumprir sua função social.
Outro ponto muito comentado nos encontros, diz respeito às estratégias da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a prevenção da violência. São estes:
1. Desenvolver relacionamentos seguros, estáveis e protetores entre crianças e seus genitores, cuidadores e educadores;
2. Desenvolver em crianças e adolescentes as habilidades para a vida;
3. Reduzir a disponibilidade e o uso nocivo do álcool;
4. Reduzir o acesso a armas de fogo e facas;
5. Promover igualdade de gênero, visando prevenir a violência contra a mulher;
6. Mudar normas culturais e sociais que apoiam a violência;
7. Criar programas de atendimento às vítimas, incluindo identificação e cuidados.
Além do tema violência, este mês nas escolas abrimos espaço para uma temática fundamental: a escuta qualificada. Transportamos todos(as) para uma jornada de reflexão sobre “Os cem ouvidos do educador(a)”, inspirados pelas perspectivas encantadoras de Bruna Ribeiro, cujo livro “Pedagogia das Miudezas” nos convida a repensar os conhecimentos necessários para uma pedagogia que verdadeiramente escuta.
Durante nossos encontros, convidamos os professores e professoras a imaginar duas crianças completamente diferentes entre si. Em seguida, eles e elas foram orientados(as) a adentrar suas salas de aula ou explorar os ambientes da escola, em busca de um brinquedo, objeto ou até mesmo uma fotografia que simbolizasse metaforicamente cada uma dessas crianças. Esse momento foi tão enriquecedor que não podemos simplesmente parar por aí. Por fim, solicitamos que os docentes refletissem e expressassem quais características e qualidades dessas duas crianças escolhidas se assemelhavam a eles mesmos. Foi verdadeiramente encantador ouvir e sentir o poder da empatia e do respeito perante a diversidade do outro, criando assim um vínculo especial entre professor e criança.
Disponibilidade, apoio, renúncia, crença, coragem, respeito, abertura para mudanças e transformações e estar junto. Essas palavras-chave reverberam em “Os cem ouvidos do educador e educadora”, baseados na essência desse texto.
Para concluir, compartilhamos um vídeo inspirador, “Afeto – O começo da Vida”. O Começo da Vida aprofundando nosso diálogo sobre o poder transformador do afeto, pois acreditamos firmemente em sua capacidade revolucionária. Veja Aqui: