Sempre que eu dou um treinamento em uma empresa, gosto de começar respondendo a uma pergunta que possivelmente está na cabeça de muitas pessoas que estão me ouvindo:
“Por que eu deveria ouvir você ou fazer o que você está sugerindo?”
Eu gosto de oferecer algo que ajude a pessoa a ter motivação para estar ali comigo, pois altruísmo, de verdade, é para poucos (e tudo bem ser assim). A maioria das pessoas, eu inclusive, se motiva mais facilmente quando percebe que tem algo a ganhar em uma determinada situação.
Usemos a Empatia como exemplo. Para que ser empático? O que você ganha praticando empatia? Empatia é difícil, geralmente nos exige sair do automático, nos consome mais tempo e não traz garantias de que o outro será grato a você ou então que ele irá mudar aquele comportamento que te irrita. Sem contar que no nosso malabarismo diário já temos bolinha demais. Manter no ar as bolinhas que temos já é difícil e ainda vamos incluir mais uma? Para que?
Uma lógica similar vale para a criatividade, ingrediente importante para a tão desejada inovação. Por que sair buscando proativamente formas diferentes de fazer as coisas quando já temos uma rotina tão atribulada? Fazer diferente gasta mais energia, aumenta as chances de erro e fracassos, e não há garantias de que o esforço será recompensado com ganhos futuros. Qual seria então um bom motivo para sermos mais empáticos ou criativos?
Para mim, o principal ganho está na saúde e bem-estar. Quando somos empáticos de verdade geralmente experimentamos sensações como leveza, tranquilidade e conexão.
Se você não acredita, faça agora um teste rápido. Feche os olhos por 1 minuto e se imagine sendo empático com as pessoas do seu dia-a-dia. Enquanto estiver no exercício, preste atenção no que se manifesta em seu corpo enquanto sensação. Um efeito similar acontece quando colocamos nossa criatividade em prática. Criatividade é energia vital, ela precisa ser expressada e quando isso acontece somos inundados pela vida. É só você se lembrar de como se sentiu da última vez em que praticou um exercício, tocou um instrumento, dançou, cantou, cozinhou, costurou… Se você for criativo é possível que a empresa se beneficie com isso, mas é absolutamente certo que você se sentirá melhor.
Empatia e Criatividade são coisas que você deve fazer por você e não pelo outro. Quando nos colocamos no lugar do outro ou damos asas a nossa inventividade o mundo ao nosso redor pode continuar o mesmo, aquelas pessoas com quem temos relações difíceis podem ou não mudar, os resultados ou processos podem seguir iguais, mas com certeza você estará melhor por dentro e isso faz muita diferença.