Todo ano estreia um filme de Natal para as crianças (de todas as idades). Em geral, as tramas giram em torno dos conflitos entre ser bom e mau, generosidade e amor.
Klaus, que está no Netflix, além de mostrar essa mesma temática, passando de uma forma muito divertida pela sua versão das tradições e da figura do Papai Noel, traz também, um tema muito especial: Rever suas Certezas.
Tentando contornar os spoilers, a história se passa na cidade de Smeerensburg, remota ilha localizada acima do Círculo Ártico, onde duas famílias rivais – os clãs Krum e Ellingboes – brigam desde o início da sua existência. Eles brigam e se odeiam, simplesmente porque os pais faziam, os avós faziam, os tataravós faziam e todos os antepassados faziam desde os tempos mais primitivos. Já não existe uma razão sensata para continuarem se odiando, além do fato que sempre foi assim.
E assim são nossas certezas, nossos confortos, tudo que nos apegamos nessa delícia que é o conhecido e familiar. Não importa se seja um bom ou um mau hábito. A verdade é que preferimos o mal conhecido ao bom desconhecido.
Quando falamos de comportamento, das relações, da diversidade, inevitavelmente falamos de rever nossas certezas. Um exercício quase que diário e bastante desafiador . Aproveito todos os dias que lembro alguém sobre isso, de lembrar a mim mesma sobre minhas certezas que, talvez, já não sejam mais tão certas para a vida que escolhi para mim.
Klaus é leve, divertido, emocionante, um espelho para nossas certezas e a esperança de que, mesmo estando na lista daqueles que não se comportaram muito bem durante o ano, temos sempre uma nova chance a cada dia.