Como signatária do Pacto Global da ONU, Carlotas tem cada vez mais se aproximado das ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) como diretrizes de atuação. Desde 2020, aumentamos os trabalhos relacionados à saúde mental, integrante da ODS 3 – Saúde e Bem Estar. A pandemia teve um impacto importante em como vemos o tema e como estamos lidando com ele.
Porém, outra temática que desde 2023 tem sido falada e trabalhada está diretamente relacionada com essa ODS: o assédio. O assédio no ambiente de trabalho é um problema sério que afeta a saúde mental dos trabalhadores de maneira profunda e prolongada.
O assédio moral é caracterizado por comportamentos repetitivos e desrespeitosos que prejudicam a dignidade, a autoestima e a saúde mental dos trabalhadores.
Os efeitos do assédio moral na saúde mental são devastadores. A violência psicológica extrema no ambiente de trabalho está associada a uma série de transtornos mentais, incluindo depressão, ansiedade, nervosismo, sociofobia, ataques de pânico, baixa autoestima, melancolia, apatia, falta de concentração, cansaço, distúrbios digestivos e enxaquecas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a depressão e o transtorno do estresse pós-traumático são as doenças psiquiátricas mais diagnosticadas em vítimas de assédio moral.
Alguns dados:
Aposentadorias por Invalidez: Transtornos mentais relacionados ao trabalho foram responsáveis por 14,2% das aposentadorias por invalidez e por 9,1% das causas de auxílio-doença na década de 1980.
Suicídios: O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes, com 58% dos suicídios ocorrendo antes dos 50 anos de idade.
Transtornos Mentais: Em 2019, quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, viviam com um transtorno mental.
O assédio moral não afeta apenas as vítimas, mas também as empresas. As consequências incluem queda de produtividade, alteração da qualidade do serviço e do produto, aumento de doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos ao equipamento. A violência psicológica no ambiente de trabalho resulta em um ambiente hostil e desumano, impactando negativamente a qualidade de vida dos trabalhadores.
A falta de diálogo aberto sobre assédio e suicídio e a insuficiência de dados sobre o tema prejudicam a gestão psicológica e dificultam a divisão de responsabilidades entre os envolvidos. Estudos apontam para a larga incidência de estresse, depressão, ansiedade e burnout entre as mulheres da área policial, resultantes da violência psicológica a que são submetidas.
Para mitigar os impactos do assédio moral na saúde mental, é preciso dar visibilidade ao tema e ter um canal de denúncia estruturado que possa acolher as vítimas. A implementação de políticas eficazes de prevenção e intervenção, juntamente com um ambiente de trabalho mais humano e equilibrado, é essencial para proteger a saúde mental dos trabalhadores e melhorar a qualidade de vida no trabalho.
Assista aqui o bate-papo com a Nadja Brandão sobre o Combate ao Assédio:
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