Que os novos tempos são de transição e mudanças constantes, ninguém tinha dúvida. Mas pouco nos preparamos, efetivamente, para o que está acontecendo. Muito se falou do cenário VUCA – ou VICA, em português (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade) – e das habilidades / competências necessárias para enfrentar tudo isso.
Inteligência emocional é a palavra de ordem nesse momento. Ou seja, a capacidade de identificar, entender e administrar as emoções, em si e nos outros. Fundamental para as relações, desafios, mudanças e, principalmente, situações de pânico como temos visto.
O desafio é se manter razoável para tomar decisões estratégicas que dêem suporte imediato mas que cuide do todo. Especialmente num cenário desafiador como o de agora, ter tranquilidade é fundamental. O medo é um alerta que nos ajuda a sobreviver, extremamente necessário. Porém o pânico domina. Somos tomados por um sentimento incontrolável que nos tira a razão, passamos a pensar no imediato e deixamos de considerar o coletivo. Meu interesse sobrepõe o do outro.
Estamos pensando na nossa autopreservação, normal. Normal num primeiro momento. A inteligência emocional nos permite refletir e avaliar se realmente faz sentido tudo isso, quais recursos temos para enfrentar os desafios e, não menos importante, qual o impacto das minhas decisões no todo.
As empresas – na figura dos seus líderes – têm um papel fundamental nesse momento de suporte, orientação e firmeza para manter a integridade física e emocional dos seus colaboradores. O impacto em cascata das ações tomadas são de escalas gigantescas e podem determinar muitas coisas de agora em diante. A inteligência emocional será a principal competência para atravessar esse momento e garantir a longevidade das empresas depois desse período.
Nada aqui diz que o momento não é grave, tão pouco que não há com que se preocupar. O desafio é ponderarmos o quanto estamos emocionalmente preparados para enfrentar os desafios desse novo cenário que, muito provavelmente, continuará nos desafiando. Como diria o sábio: “O que não muda é que tudo muda.”
*foto de Tengyart.