Ele nasceu dentro de um pote, que ele chamava de mundo, pois ele não sabia o tamanho de Carlotas. Apesar de bem pequeno, seu mundo tinha tudo o que ele precisava: comida fresca, plantas verdes, bastante umidade para curar sua rinite e uma pedra alta, para de lá ele observar tudo o que acontecia.
Julio tinha um jeito diferente de ver o mundo: sempre que ele ia lá olhar, era de ponta cabeça que ele gostava de ficar. Ele se concentrava, respirava e inventava palavras para o idioma local, uma língua só dele.
Mas o tempo foi passando e para um jovem morcego o mini mundo ficou pequeno demais. Ele precisava abrir suas asas, expandir.
Foi então que decidiu voar, o mais longe que conseguisse, usando todo potencial das suas asas, pedindo informações no meio do caminho, conhecendo um monte de gente legal. Foi parar do outro lado do mundo, muito longe de onde começou sua jornada. Hoje é professor de Yoga e ao final de cada aula, junta as palmas da mão na altura do queixo e se despede de todos com uma de suas palavras inventadas: “podrouá”.