Lari, Rê e Chiara são amigas há pouco tempo, mas parece que se conhecem de todas as outras vidas.
A “culpada” desse encontro foi Chiara, a sereia que mora às margens do rio.
Não, você não entendeu errado, é rio mesmo, não mar.
E olha, não é fácil para uma sereia como a Chi viver em água doce, ela consegue viver na calmaria do rio com muito esforço e determinação. Sem falar nas marés fortes e ondas gigantes que teve que enfrentar para chegar até aqui.
Chiara tem uma voz calma, gostosa de ouvir mas, ao invés de cantar, ela fala palavras de amor, inspiração e empoderamento para outras sereias, que vivem perto dela: “Mermaids (ou mermã?), vocês são incrivelmente capazes de realizar tudo o que desejam.
Vamos nos fortalecer, nos ajudar, fazer pontes bem estruturadas. Juntas somos mais fortes”.
E foi assim que Chiara, com seu sorriso solto e covinha nas bochechas, conquistou muitas amizades durante a vida. Jogando muitas palavras para o ar e colhendo outras de pessoas e livros que encontrava por aí.
Assim que chegou ao rio, Chiara encontrou Rê, uma peixa muito talentosa, que sabia fazer bolhas assim oO quando respirava. Rê sempre foi uma peixartista, com vontade de mudar o mundo lá embaixo d’àgua para tentar ecoar a mudança como uma marola que mexe tudo por onde passa! A Rê viu a Chi sentada na pedra um dia e foi lá na superfície trocar uma ideia com a sereia.
Juntas, elas submergiram para encontrar e conversar com outras peixas, algas, caranguejas e criaturas mais diferentonas como as ostras e suas preciosas pérolas e piranhas carnívoras que nada tem de assustadoras. Todas ali, nadando e conversando meio à toa, mas tinham uma vontade de fazer o melhor também. Foi numa dessas nadanças que encontraram Lari, uma peixa amarela recém desovada no rio por um navio que veio do mar.
Lari estava perdida, não sabia como seria sua vida no rio. Aquela água doce era deliciosa, mas ao mesmo tempo a mudança de ambiente e a falta que sentia na sua vida no mar a deixavam triste, sentindo-se incapaz e frágil.
Mas quando conheceu Chi e Rê, Lari mudou. Sentiu-se forte, relembrou sua capacidade e colocou pra jogo muitos dos seus talentos. Os encontros passaram a acontecer cada vez com mais frequência e ELAS sentiam-se cada vez mais conectadas.
Foi assim que muitas coisas passaram a acontecer.
A cada encontro novas idéias, mudanças estavam aparecendo. Uma atmosfera de amor, cumplicidade e poder estava tomando conta das profundezas do rio e trazendo para perto outras peixas de diferentes lugares, com várias ideias, discordâncias, debates (sempre com respeito!)… mas, principalmente, ali estavam construindo laços fortes a partir de cada história, de cada experiêncial peixoal.
O poder individual da sereia, de cada peixa, carangueja e ostra virou corrente, impulso, impacto e se expandiu por outros rios a fora. Hoje essa energia provocada por ELAS ressoa tão forte que o rio passou a ter ondas de mar.