Faz alguns dias, li um artigo da publicação americana Vice, que questiona “O que é ser empático?”
Esse é um tema que sempre me interessou bastante e gostei da reflexão feita pelo autor, que traz um ponto importante: muitos de nós achamos que somos empáticos. Será que somos mesmo? E mais: existem pessoas mais empáticas que outras, ou níveis de empatia?
A publicação sugere que se você procurar por qualquer artigo sobre “empatia/ser empático”, você encontrará milhares de conteúdos, compartilhamentos no Facebook e, nos comentários, dezenas de pessoas que afirmam serem empáticas. Em comentários de artigos com essa temática, pessoas lamentam o fato de terem nascido empáticas e alguns queixam-se de que “uma das coisas mais difíceis de ser empático é aprender que nem todo mundo é”. Mas o que é realmente ser empático, e por que tantas pessoas no mundo estão convencidas de que são as únicas?
Empáticos afirmam sentir “coisas” de outras pessoas como se fossem suas. Muitas pessoas não conseguem distinguir entre seus próprios males físicos, pensamentos e emoções, e as que pertencem a outra pessoa. Se não for controlado, uma das consequências pode ser que sua vida inconscientemente seja influenciada pelos desejos, pensamentos e estados de espírito dos outros.
Algumas pessoas chegam a sentir dores físicas, ficam deprimidas ou experienciam o sofrimento alheio a graus elevadíssimos, que podem ser diagnosticadas doentes.
Com tantos gatilhos potenciais, o mundo moderno é um desafio. Vix Maxwell, que diz ser bastante empática, fez uma pesquisa em que aprendeu maneiras de ajudá-la a lidar com seu ambiente e com relação à outras pessoas, e diz:
“Eu sentava no carro antes de ir para o trabalho e visualizava-me em uma bolha protetora e falava pra mim mesma: “Minha energia está protegida, nada pode me atingir na medida em que não é meu.” Ou ainda visualizava uma luz branca, corações acima da cabeça de todos ou lembrava que as pessoas estão todas conectadas e estamos todos juntos, no mesmo barco.” Isso fez a diferença.
Esse tipo de meditação, terapia e pensamentos, ajudam as pessoas a não apresentarem mudanças de humor, pois passam a ler suas próprias emoções e as dos outros separadamente.
Este conceito se enquadra na esfera da nova era filosófica, mas ainda não é exatamente diagnosticável por um médico, que talvez não identifique qualquer problema de saúde ao você dizer-lhe que sente fisicamente as dores do mundo.
Algumas pesquisas sugerem que uma em cada cinco pessoas é HSP – Highly Sensitive Person, uma pessoa altamente sensível uma condição clínica já reconhecida. Ao invés de ser apenas um tipo de personalidade, como ser tímido ou extrovertido, HSPs são definidas por seu sistema nervoso hipersensível. Além de facilmente ser oprimido por coisas emocionais e ter empatia incrível, HSPs também têm uma sensibilidade maior às coisas físicas como luzes, sons e temperaturas. Porém, é observado que a maioria dos sensíveis são HSPs, mas nem todas as HSPs são sensíveis a esses estímulos.
Para saber se você faz parte desse grupo de pessoas superempáticas ou hipersensíveis, você pode realizar testes de campo. Eles podem ajudar você a se levar mais a sério. Assim, você vai começar a perceber além dos seus sentimentos, pois pode parecer difícil para uma pessoa ocidental-racional se abrir para esta ideia. Muitas vezes há um medo. Mas você não precisa ter medo mais.
Leia aqui a matéria da Vice na íntegra, em inglês e com relato de alguns casos de pessoas HSPs.