Não é novidade que as mulheres são sobrecarregadas com os afazeres domésticos, maternidade e trabalho. A luta diária de equilibrar todos esses papéis têm se mostrado não só desafiador como ineficiente. Muitas vezes (para não dizer na maioria das vezes) a mulher está sozinha na jornada fora do trabalho, sendo a responsável integral pela casa e filhos. Quando muito tem a “ajuda” do companheiro (importante destacar que a maior desigualdade acontece nas relações heterossexuais).
De acordo com uma pesquisa recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apenas 31% das mulheres em todo o mundo têm direito à licença-maternidade remunerada. Isso reflete a falta de suporte adequado para mães que desejam manter suas carreiras após o nascimento de um filho.
Além disso, estudos mostram que em muitas empresas, as mulheres enfrentam o chamado ‘teto de cristal’ após se tornarem mães, o que resulta em menos oportunidades de promoção e progressão na carreira. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que a diferença salarial entre homens e mulheres aumenta significativamente após a chegada do primeiro filho.
A equidade de gênero no local de trabalho é fundamental para uma sociedade justa e igualitária. Infelizmente, as mães muitas vezes enfrentam obstáculos que dificultam sua progressão profissional. Desde a falta de licença-maternidade adequada até a discriminação velada, as barreiras são muitas.
Numa pesquisa com 10 mil mulheres em 2018, o site petitpapilon.com.br expôs em números o que a maioria das mulheres-mães vive: falta de rede de apoio, medo de perder o emprego e comprometimento da carreira com a maternidade.
Outro fator desencadeado por essa sobrecarga é o comprometimento da saúde emocional da mulher. Segundo a OMS, 19,8% das mulheres no mundo entre 6 e 18 meses após o parto têm depressão materna e a ocorrência é ainda mais comum entre mulheres de baixa renda.
Pensar em equidade de gênero passa obrigatoriamente por olhar a maternidade. E mais que a maternidade, a família. Segundo dados do IBGE de 2010, a configuração da família heterossexual – pai, mãe e filhos – passou de 58% para 43%. Isso impacta diretamente nas políticas de licença parental e suporte a famílias com filhos(as), a promoção de uma cultura de trabalho flexível e a garantia de igualdade de oportunidades de avanço na carreira.
Ao superar os desafios da maternidade e trabalho, estaremos um passo mais perto de alcançar a tão almejada equidade de gênero. Cabe a todos nós, como indivíduos e organizações, trabalhar juntos para criar um mundo onde todas as mulheres, mães ou não, tenham as mesmas oportunidades de sucesso e realização.
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