Desde 2022, o Brasil conta com a Semana Nacional de Conscientização sobre TDAH, realizada anualmente no período que inclui o dia 1º de agosto. Recentemente, no dia 13 de julho, também comemoramos o Dia Mundial do TDAH. Ambas as datas visam promover a conscientização sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), desmistificar preconceitos e fomentar diálogos importantes sobre o tema.
O TDAH, também conhecido como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção), é uma condição neurobiológica com raízes genéticas que impacta a vida de aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). No entanto, apesar de sua relevância, ainda é cercado por preconceitos e tabus, resultando em silêncio e falta de compreensão.
Por isso, quero compartilhar minha própria jornada, que começou com a descoberta do meu diagnóstico aos 29 anos. Confesso que hoje, aos 31 anos, ainda sinto que estou me entendendo nesse caminho.
Como uma mulher negra e periférica, o TDAH nunca foi um tema discutido abertamente no meu ambiente. Lembro-me da época em que meus professores levantaram a possibilidade de eu ter o transtorno, mas meus pais, surpresos, optaram por não investigar mais, já que eu estava me saindo bem na escola, do meu jeito.
Apesar das dificuldades, segui adiante, lutando para me encaixar e superando obstáculos significativos para atingir meus objetivos, mas com a sensação de nunca ser suficiente, de estar sempre exausta e no limite.
Quando finalmente recebi meu diagnóstico, esse entendimento se tornou um ponto de virada na minha vida.
A terapia e a medicação trouxeram melhorias significativas na minha qualidade de vida, especialmente no ambiente de trabalho. A culpa e o medo deram lugar ao autoconhecimento e fortalecimento da minha autoestima.
E o caminho não é fácil. Já ouvi frases vindas de colegas de trabalho e de amigos próximos como:
“Não conte a ninguém sobre seu diagnóstico!”
“Isso é frescura!”
“Esses medicamentos vão te viciar!”
Mas não podemos parar. Conversar abertamente sobre o TDAH ajuda a desconstruir esses estereótipos e nos fortalece para enfrentar os preconceitos que circulam em torno dessa condição.
Se você enfrenta desafios relacionados ao foco e concentração. Se as tarefas mais simples parecem exigir uma energia descomunal, recomendo buscar ajuda profissional. Você pode encontrar mais informações através da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).
Quando nos entendemos e nos aceitamos, descobrimos a capacidade de criar estratégias para explorar ao máximo nosso potencial. Somos muito mais do que nossos diagnósticos, e a jornada de autodescoberta é uma das mais poderosas que podemos empreender.
Neste mês de conscientização, vamos nos aprofundar na compreensão do TDAH, superar barreiras e construir pontes para que possamos caminhar lado a lado em direção a um futuro de aceitação e apoio mútuo.
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