“Se empatia tivesse vida, ela seria os olhos da infância.
Sem julgamento e qualquer preconceito.
O olhar de que sempre cabe mais um para completar a brincadeira.
E que há infinitas possibilidades à frente do inesperado.”Manifesto Pela Empatia Carlotas
“Milagre na Cela 7” é aquele filme que você já sabe que o coração vai apertar desde a primeira cena. Comecei a assistir e parei com menos de 15 minutos porque a eminência do sofrimento era tamanha que não tinha coragem de seguir. Mas li tanto sobre o filme que tomei coragem e terminei.
Sem spoilers – ou para quem já assistiu, sem falar do óbvio – o filme é um exercício de olhares generosos. É entender que ninguém é só bom ou só mau e que estamos todos apenas tentando sobreviver as escolhas que fazemos. Trazer o olhar infantil ajuda a resgatar essa pureza de intenção ao se abrir para o outro e perceber que esse outro pode ser eu a qualquer momento.
Personagens principais, Memo e sua filha Ova – uma relação de muito carinho e cumplicidade.
Para quem não assistiu ainda o filme, pode parecer abstrato mas o filme traz a chance de rever nossas certezas, praticar o olhar generoso e, claro, se colocar no lugar do outro. O narrador, onipresente, mostra os fatos e os personagens representam as interpretações. Uma fórmula bastante comum dos filmes mas com uma delicadeza dos detalhes. Cada personagem se conecta com um pouco de nós quando olhamos para dentro. Vulnerável, frágil, egoísta muitas vezes mas sobretudo humano.
Não é uma obra primorosa mas é uma oportunidade de um mergulho para dentro de si. Prepare o lenço e aproveite a jornada.