Estamos vivendo um momento de transição muito importante no mundo educacional. Finalmente chegou a hora de questionarmos a mentalidade competitiva para dar espaço à colaboração já nas primeiras experiências sociais dos nossos jovens. Pesquisas têm nos apontado que somos seres biologicamente desenvolvidos para conexão. Somos seres sociais. No entanto, nem sempre é o que nos ensinam na família e na escola. Por receio que não nos tornarmos homens e mulheres de sucesso, nossos educadores tentam (com a melhor das intenções) reforçar nossos talentos para “vencermos”. Mas será que vencer é tirar a maior nota em matemática? Ou ser goleador do campeonato de futebol? Ser a solista do ballet? Tirar primeiro lugar no concurso de ciências?
Nenhum desses títulos garante que estamos no caminho “certo” de impactar positivamente o mundo. Afinal, na grande maioria das vezes, ainda não sabemos como usar esses nossos talentos que estão sendo premiados. O que de fato garante que nos tornaremos pessoas melhores, é como tratamos, nos conectamos e construímos com as pessoas que nos cercam. O fato de que trabalharemos com pessoas ainda é inevitável (ufa!), portanto, aprender a colaborar é fundamental para que a gente consiga fluir nesse mundo coletivo.
No último encontro do Programa ExploreCarlotas na EMEF Infante Don Henrique, dia 14 de agosto de 2018, foi hora de se entregar e deixar-se levar pelo grupo. A partir de algumas atividades que exigiam muita colaboração e engajamento, percebemos que sozinhos nosso poder de ação é muito limitado. Foram alguns momentos muito desafiadores, onde não sabíamos como nos comunicar.
E uma das atividades os alunos tinham que montar uma pirâmide de copos de plástico, usando um elástico conectado a barbantes.
Foi difícil expressar o desejo e também acolher a intenção do outro. No entanto, quando conseguimos encontrar uma possibilidade que unia nossos objetivos, a necessidade de controle cedeu espaço para o objetivo maior: alcançarmos algo juntos. Foi mágico ver que dependemos tanto uns dos outros. É claro que aproveitamos e conversamos sobre como isso tudo afeta nossa vida diária.
Alguns alunos falaram que é muito mais fácil colaborar com quem é parecido e concorda a gente, mas também também admitiram que muitas vezes não damos chance para o outro mostrar o seu melhor. Pensamos juntos no que poderíamos fazer para alcançar essa abertura, e a nossa conclusão foi: “Esteja aberto para conhecer o outro, não julgue pelas aparências.” Afinal, juntos somos mais fortes e todos querem pertencer.