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O filme ‘Origin’, castas e o racismo estrutural

cena do filme Origem de Ava DuVernay

O filme “Origin” (Neon), adaptação do livro “Casta – As Origens do Nosso Mal-Estar”, da ganhadora do Pulitzer Prize Isabel Wilkerson, é uma reflexão importante sobre o papel da discriminação em sistemas opressores.

Uma leitura indispensável e pelas palavras do jornalista Bilgi Ebire, “o livro é uma análise abrangente da discriminação que identifica as conexões entre o racismo americano, a perseguição nazista aos judeus e o sistema de castas na Índia.” O filme é uma reflexão importante sobre nosso papel em um sistema que ainda oprime e abusa de pessoas por características inerentes a elas.

Ava DuVernay no set do filme Origem
Ava DuVernay no set do filme Origem

A obra cinematográfica vem da união do talento de duas mulheres negras. A autora do livro e ganhadora do Pulitzer Prize, Isabel Wilkerson, e a renomada diretora, escritora e produtora, Ava DuVernay. A adaptação conta a história biográfica da autora, vivida pela atriz Aunjanue Ellis-Taylor, por volta de 2012, quando ela já era uma renomada escritora e o assassinato do jovem Trayvon Martin aconteceu nos Estados Unidos.

O caso do jovem negro assassinado brutalmente enquanto gritava por socorro foi o estopim para a autora questionar se aquele ato foi um crime racial ou se há algo além do que podemos ver ali.

No filme acompanhamos a personagem em uma intensa pesquisa, viajamos com ela para países que testemunharam e outros que ainda testemunham sistemas de castas. E também viajamos no tempo para momentos históricos que definem essa construção.

Ava dirigindo a cena que reproduz queima de livros na Alemanha Nazista
Ava dirigindo a cena que reproduz a queima de livros na Alemanha Nazista

Junto com ela aprendemos a conexão que existe entre sistemas opressores e conhecemos personagens que orquestraram tais estruturas e também pessoas que lutaram contra suas imposições, muitas vezes arriscando suas vidas.

Como por exemplo, os autores do livro “Deep South”, o antropólogo negro Allison Davis e sua esposa Elizabeth e os coautores brancos, Burleigh e Mary Gardner. Os casais viviam disfarçados na era da Depressão no Mississippi, sem revelar seu projeto acadêmico ou até mesmo sua associação entre si. O que resultou em uma obra marcante de antropologia, documentando em detalhes surpreendentes e nuances as realidades cotidianas do racismo americano. O livro lançado em 1941 é fundamental na pesquisa da Isabel e continua relevante nos dias de hoje.

O filme é delicado ao contar as histórias de encontros e perdas na vida da autora e forte ao explicar mecanismos que possibilitam a imposição de castas. “Origem” é importante pois nos convida a refletir sobre o papel da discriminação na sociedade.

Assista o trailer aqui:

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