Artigo “O Valor da Educação Social para a Diversidade” escrito especialmente a convite da Lak Lobato para a Revista Desculpa Não Ouvi.
Eu sempre acreditei no poder transformador das relações. Quando olhamos e cuidamos delas, estamos olhando e cuidando para cada um dos envolvidos nessas relações. Respeitando suas características e histórias. Respeitando sua diversidade. Se ilude quem acha que a diversidade está no outro. A diversidade está em cada um de nós e é importante rever esse conceito que o diverso são as mulheres, as pessoas com deficiências, pessoas com identidade de gênero ou orientação sexual diferente do binarismo e heterocentrismo, as pessoas negras e as pessoas não brancas em geral. Somos a diversidade do outro e isso precisa ser normalizado e trabalhado desde cedo com as crianças.
Desde os primeiros anos de vida, as crianças são imersas em ambientes que moldam suas perspectivas sobre o mundo, criando inclusive sua própria identidade a partir desse olhar. Quando pensamos numa educação integral, que inclua não apenas os conteúdos didáticos, mas também os aspectos sociais e emocionais, estamos proporcionando uma experiência para a vida. A convivência entre crianças de diferentes características, origens socioeconômicas, culturais e étnicas ajuda a desenvolver a empatia, quebrar estereótipos, desenvolver o respeito e praticar equidade e igualdade.
Subestimamos as crianças ao achar que não têm maturidade para entender algumas complexidades das relações. Mas boa parte dos conflitos do ponto de vista da diversidade são muito simples: não devem existir. A criança, quando entende as regras do espaço, é capaz de respeitar e aprender rapidamente como lidar com situações que não são familiares para ela. Por isso que nós, em Carlotas, atuamos tanto nas empresas quanto nas escolas, apostando que a formação das crianças nos ajudam na transformação social tão necessária.
Assim como na infância, a educação social nas empresas é crucial para criar ambientes de trabalho diversificados, inclusivos e socialmente responsáveis. O mundo do trabalho atual exige profissionais que saibam se relacionar com diferentes culturas e valores. Sabe-se através de algumas pesquisas, especialmente da McKinsey, que promover Diversidade, Equidade e Inclusão cria um ambiente de respeito e melhora o clima organizacional, amplia os pontos de vistas ajudando na solução de problemas e amplitude de análise, fomenta inovação, atrai e retém talentos. No entanto, há um elemento fundamental nessa equação que é o olhar real para o indivíduo trazendo pertencimento para essa equação. Em outubro de 2024 ocorreu o lançamento do meu livro ‘Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento – o Poder Transformador das Relações’. Ele nasce justamente da experiência dentro das organizações que se preocupam em trazer diversidade mas têm muita dificuldade de que as pessoas se sintam parte e, muitas vezes, acabam abandonando a empresa. Termino esse artigo, justamente no ponto que comecei: o poder transformador das relações. Olhar e cuidar das relações é olhar e cuidar de cada um dos envolvidos nessas relações. Respeitando suas características e histórias. Respeitando sua diversidade.
Se ilude quem acha que a diversidade está no outro.
A diversidade está em cada um de nós. Somos a diversidade do outro e isso precisa ser normalizado e trabalhado desde cedo com as crianças e em cada um de nós.
Artigo escrito especialmente a convite da Lak Lobato para a Revista Desculpa Não Ouvi.
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