Dica básica e diria já batida. O Pequeno Manual Antirracista da Djamila Ribeiro é parte do kit básico de Diversidade & Inclusão. De uma forma enfática mas leve, ela nos deixa sem saída ao aceitar nossa condição de, no mínimo, conivente, com o racismo.
A discussão pode ser longa e boa, mas o fato é que não basta não ser racista, é preciso ser antirracista e isto está em muitas pequenas (e grandes) coisas que fazemos.
“Consciente de que o racismo é parte da estrutura social e, por isso, não necessita de intenção para se manifestar, por mais que calar-se diante do racismo não faça do indivíduo moral e/ou juridicamente culpado ou responsável, certamente o silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do racismo.” Silvio Almeida – Racismo Estrutural
A grande questão é: o que estamos fazendo ativamente para combater o racismo? Quando não fazemos nada, nos omitimos e, com isso, contribuímos com a perpetuação do racismo e da opressão que está instalada e institucionalizada. O livro traz pontos importantes para refletirmos sobre o nosso lugar e o que é preciso fazer para ativamente ser antirracista.
Um bom começo – e é uma das sugestões da Djamila – é buscar novas referências, ouvir o outro lado da história. Conhecer e ler autores negros, buscar outras perspectivas para estas mesmas histórias. Isso amplia nosso olhar e nos ajuda a exercitar a empatia. Esse primeiro passo ajuda inclusive a entender a negritude e a branquitude e o lugar que cada um ocupa. Com isso, nos permite questionar o nosso próprio lugar. Quando nos abrimos para isso, é impossível desver. E é esse incômodo que vira o motor da mudança. Da mudança que precisamos para sermos antirracistas.
*Ilustração da capa: Louise Creates