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‘Pro-life’ é um termo usado para o movimento contra a liberação do aborto

Falar sobre aborto é super tabu, mas é um diálogo que precisamos trazer à tona, porque falar de aborto é falar de resiliência, força e coragem. Falar sobre aborto não é só falar de estupro ou de vítima. É preciso falar sobre a liberdade e o direito que foram retirados da mulher, já que existe uma lei que a proíbe de escolher seu próprio futuro.

Não é só tabu, falar de aborto é polêmica. É falar de uma escolha que deve ser feita pela mãe, e a mãe sozinha, porque é nela que a vida é gerada e dela que sai a pessoa criada. Claro, essa é minha opinião e pode ser que seja diferente da sua, e se for, peço que você termine de ler o texto e com respeito me mande a sua opinião nos comentários aqui embaixo.

Desde que ouvi o termo ‘pro-life’ sendo usado pelo movimento contra o aborto eu fiquei incomodada. A tradução livre é “a favor da vida”, como se a luta contra a legalização do aborto protegesse a vida. Como assim? Péra lá! Qual vida é essa que se defende que é tão mais valiosa do que a vida da mulher que a criou?

Difícil de entender. Até hoje estou tentando, usando a empatia que eu tanto tento praticar. Gosto de imaginar como cresceram essas pessoas que dedicaram sua vida pela causa ‘pro-life’, quais as histórias que elas ouviram, os livros que leram, sem julgamentos, mas tentando entender esse ponto de vista tão diferente do meu.

Na foto acima um grupo de jovens dedicando uma tarde para se juntar a outras pessoas, que como elas, acreditam em ‘stop abortion now’ como diz um dos cartazes da foto, que significa: “acabe com o aborto agora”. Se eu tivesse a chance de conversar com elas explicaria que a criminalização do aborto não acaba nem diminui os casos de aborto. O que muda é a situação que esse acontece, de clínicas especializadas e profissionais da saúde para o underground e fora da lei.

Queria deixar claro aqui que não sou a favor do aborto. Sou a favor de leis que protegem a mulher.

Vivemos em uma sociedade que olha para a mulher que carrega uma gravidez indesejada ou terminal ou de risco, e a coloca como a vida menos importante da equação, uma vida mais insignificante do que uma vida que ainda nem nasceu.

Falei que não sou a favor do aborto. Claro! Quem é? Ninguém apóia um procedimento médico que é realizado em situações de desespero e/ou tragédia da paciente. Eu apoio a possibilidade de escolha da mulher. Os militantes ‘pro-life’ apoiam a possibilidade de vida daquele embrião.

Eu sempre me pergunto qual seria a solução para exterminar a necessidade do aborto, mas não sei como responder, porque esse pre-ci-sa existir. Acredito que – como quase todos os grandes males da sociedade – a educação tem um papel fundamental na diminuição de casos de gravidez indesejada, mas o procedimento médico que chamamos de aborto não pode acabar. Mulheres ao redor do mundo precisam ter a opção de terminar uma gravidez – seja lá qual for a razão – para focarem em outras partes da sua vida que não a criação de um filho.

Sei que o que tem que mudar é como encaramos o aborto, precisamos não só descriminalizar como parar de julgar, isolar e tratar como um tabu – que não é. Precisamos parar de apontar para a mulher e chamá-la de vítima ou de vilã, ela, muitas vezes, vive com o segredo e a vergonha de ter escolhido a própria vida. Ela é no mínimo uma sobrevivente.

 

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