Perguntar é um gesto de curiosidade, de escuta e, acima de tudo, de encontro com o outro(a) e consigo mesmo. No dia a dia, é comum fazermos perguntas simples e práticas, como “Qual a previsão do tempo?” ou “Onde fica aquele restaurante?” e está tudo bem. Mas quando estamos diante de temas sensíveis, em contextos coletivos como os círculos de diálogo, precisamos ir além. Perguntas mais profundas nos ajudam a acessar emoções e sentimentos, refletir sobre experiências e construir conexões reais. É como sentar-se à mesa de um bom banquete: quanto mais variado o cardápio, mais possibilidades de sabor, afeto e troca.
E se você tivesse um dia livre inesperado, o que você gostaria de fazer? Essa é apenas uma das perguntas que podem abrir conversas potentes. Como aponta o educador brasileiro Tião Rocha, levantando uma provocação ao dizer: “perguntar é muito mais importante do que responder. É no tempo da pergunta que se constrói o tempo da escuta, da partilha e do encontro.”
Pensando nisso, deixamos abaixo um cardápio de perguntas retiradas do Manual Círculos em Movimento, para apoiar quem conduz esse processo. Use-as com sensibilidade e atenção.
São perguntas que acolhem, provocam, despertam e inspiram.
Se você tivesse um dia livre inesperado, o que você gostaria de fazer?
Se você fosse um animal, que animal você seria? Por quê?
Quando foi a última vez que você disse “sim” quando queria ter dito “não”? Por que você disse “sim”?
Se você pudesse mudar qualquer coisa em você, o que seria?
Quais são as habilidades que você traz para o Círculo?
Se você fosse repórter, que tipos de histórias você gostaria de escrever?
Quem são alguns de seus heróis ou heroínas? Por que são seus heróis ou heroínas?
O que você acha que as outras pessoas veem como sua melhor qualidade? Por quê?
Qual foi a coisa mais boba que já lhe aconteceu?
Qual foi a melhor coisa que aconteceu com você na semana passada?
Qual foi a coisa mais difícil ou mais desafiadora que aconteceu com você esta semana?
Uma ocasião em que você passou por um dos desafios mais difíceis. Como você lidou com isso?
O que você valoriza na sua escola?
Que mudança você gostaria de ver em sua comunidade escolar? O que você poderia fazer para promover esta mudança?
Quais são suas lembranças mais recentes?
Como cada um de nós contribuiu para que essa situação acontecesse, e como cada um de nós, ao assumir a responsabilidade, pode agir de forma diferente agora?
O que não é falado no grupo que bloqueia bons relacionamentos ou o possível sucesso?
Qual foi a lição mais importante que você aprendeu na vida?
Se você pudesse fazer qualquer coisa que quisesse no mundo, o que seria?
Existe alguma coisa que você trouxe para o Círculo que você gostaria de deixar para trás?
Perguntas bem feitas têm o poder de abrir portas que muitas vezes nem sabíamos que existiam dentro de nós. Elas nos ajudam a reorganizar pensamentos, a acessar emoções e a reconhecer o outro com mais humanidade. Por isso, mais do que uma técnica, perguntar é um gesto de cuidado.
E você, já parou para pensar qual foi a última pergunta que realmente te fez refletir? Ou que te aproximou de alguém?
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