Dificilmente você vai ver o Rica com uma roupa mais formal. Ele é viciado em esportes e está sempre de tênis pronto para uma corrida ou uma partida. Se quiser encontrá-lo, sua chance aumenta se você for na casa de sucos, na loja de orgânicos ou no parque. Ele está sempre disposto e é o maior incentivador para você começar aquele regime que está adiando há meses.
O problema é quando sua força de vontade for menor que a determinação dele. Ele briga, esbraveja e chega a ser bem duro. Com isso, acaba afastando pessoas que não se exercitam, mas muitas vezes são divertidas, amigos bem humorados que gostam de batata frita ou até mesmo parte da família que cuida da saúde de formas diferentes.
Outro dia, estava no Café e encontrou com a Tami atrás de uma generosa fatia de bolo. Mal pode esconder a cara de desaprovação. Sorte dele que a Tami, com seu coração que mau cabe no peito, conseguiu que o Rica mudasse o discurso e conversasse um pouco sobre música, outro assunto que adora.
Quem passava – e conhecia o figura – não podia acreditar que os dois estavam no maior papo, rindo pra valer. Tá certo que na menor chance, lá vinha Rica com um papo granola com açaí pra cima daquele mel de pessoa. Quem sabe Rica começou a entender que poderia aceitar o jeito de cada um? Só sei que passaram a tarde conversando e o saldo disso foi um café com leite, um suco de abacaxi com hortelã, uma fatia de bolo de fubá, duas fatias de queijo branco e muitas risadas.