Matéria para Crianças
Quantas vezes sabemos que estamos errados e ainda assim resistimos a pedir desculpa? Admitir nossos erros tem a ver em aceitar que não somos perfeitos e dizer isso ao outro quando admitimos. Mas pedir desculpas nos aproxima e nos liberta. Afinal, na maioria das vezes não fazemos algo errado intencionalmente. E, mesmo se fazemos, sempre é tempo de corrigir.
Uma pesquisa da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, mostrou que as pessoas que se desculpam pelos seus erros acabam melhorando sua imagem. Justamente o contrário do que pensamos já que associamos “desculpas” a “erro” e, consequentemente, a “fraqueza”. Isso porque o ato de reparar o erro é uma possibilidade incrível de transformação e aprendizado. Dessa pesquisa, eles montaram seis componentes para que o pedido de desculpa seja realmente válido. São eles:
>> Admitir que você pisou na bola. Por mais difícil que seja, trazer a consciência ajuda a entender porquê não foi legal e mostra que você pensou a respeito e realmente está disposto a reparar o erro.
>> Mais do que só pedir desculpa, demonstre de fato que se arrependeu e se ofereça para reparar a situação. Falar apenas não adianta. A ação é sempre mais importante e reflete sua real intenção.
>> Sinceridade! Não adianta fingir, essa ação tem que vir do coração, de ter pensado no seu comportamento e a mudança da atitude.
>> É importante você também contar o seu lado da história, não para se justificar mas para dar a chance ao outro de ver seu ponto de vista e como você percebeu o seu erro.
>> Olhos nos olhos. A melhor maneira de se desculpar é conversando olhando para a outra pessoa. Quando fazemos isso, mostramos nossos sentimentos e percebemos o outro, criando conexão.
>> O pedido de desculpas fica para o final da conversa. Primeiro admita o erro, fale como irá repará-lo, do seu arrependimento e se explique. Assim, um “foi mal” já serão suficiente para a pessoa entender que você está de verdade, pedindo desculpas.
A desculpa – ou o perdão – é tão importante que alguns povos dedicam um dia para essa reflexão. Na Austrália, dia 26 de maio é o dia Nacional do Perdão. Desde 1998, eles celebram esse dia para lembrar da população nativa que foi dizimada pelos colonizadores. Para os judeus, também tem o Dia do Perdão, o Yom Kipur, que este ano será celebrado dia 12 de outubro e é resultado de 10 dias de reflexão.
Fica aqui o convite para você pensar sobre suas atitudes e como você pode se desculpar.
Matéria para Educadores
Pedir desculpa, um exercício
Mesmo para os adultos é muito difícil pedir desculpas. Nos sentimos fracos em admitir que falhamos, mas esquecemos que somos todos imperfeitos e a maioria dos nossos erros, não é intencional. Acabamos misturando a vergonha de ter errado com a culpa, e as reações mais comuns são se afastar, fingir que nada aconteceu ou até mesmo, colocar a culpa no outro.
Segundo a pesquisadora Brené Brown, é importante separarmos a vergonha da culpa. Quando sentimos vergonha por algo que fizemos, olhamos isso como uma característica nossa (sou uma má pessoa). No entanto, a culpa foca no comportamento (fiz algo ruim). Quando separamos quem somos do comportamento que tivemos, temos a chance de reconhecer e melhorar nossas atitudes. Por pior que seja a ação, sempre podemos aprender, remediar e construir algo novo.
O convite para essa reflexão com os alunos passa pelo exercício do perdão. Não só o ato de desculpar-se por algo que fez que não agradou o outro, mas também dar uma nova chance para quem está se desculpando. Desculpar-se e aceitar as desculpas é um gesto de muita vulnerabilidade e abre a possibilidade para a construção de uma nova relação. O importante é que eles entendam que: (1) ninguém é infalível e (2) admitir o erro não é sinal de fraqueza. Muito pelo contrário, precisa de muita coragem para olhar para si, perceber seus erros, admiti-los e tentar consertá-los.
Uma pesquisa da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, mostrou que as pessoas que se desculpam pelos seus erros acabam melhorando sua imagem. Justamente o contrário do que pensamos já que associamos “desculpas” a “erro” e, consequentemente, a “fraqueza”. Isso porque o ato de reparar o erro é uma possibilidade incrível de transformação e aprendizado. Dessa pesquisa, saíram seis componentes para que o pedido de desculpa seja realmente válido. Promova essa conversa com eles e adote na sala de aula, estimulando que eles também sigam esses passos fora da escola também.
>> Admitir que você pisou na bola. Por mais difícil que seja, trazer a consciência ajuda a entender porquê não foi legal e mostra que você pensou a respeito e realmente está disposto a reparar o erro.
>> Mais do que só pedir desculpa, demonstre de fato que se arrependeu e se ofereça para reparar a situação. Falar apenas não adianta. A ação é sempre mais importante e reflete sua real intenção.
>> Sinceridade! Não adianta fingir, essa ação tem que vir do coração, de ter pensado no seu comportamento e a mudança da atitude.
>> É importante você também contar o seu lado da história, não para se justificar mas para dar a chance ao outro de ver seu ponto de vista e como você percebeu o seu erro.
>> Olhos nos olhos. A melhor maneira de se desculpar é conversando olhando para a outra pessoa. Quando fazemos isso, mostramos nossos sentimentos e percebemos o outro, criando conexão.
>> O pedido de desculpas fica para o final da conversa. Primeiro admita o erro, fale como irá repará-lo, do seu arrependimento e se explique. Assim, um “foi mal” já serão suficiente para a pessoa entender que você está de verdade, pedindo desculpas.
Outra sugestão para trabalhar a percepção sobre erro e perdão, são esses dois exemplos. Aqui pode ser explorado também a história desses povos, integrando as disciplinas de geografia e história a esse exercício.
• National Sorry Day (Dia do Perdão), Austrália: Esse dia foi criado em 1998, para lembrar dos nativos (aborígenes, como são chamados) que foram mortos e separados de suas famílias pelos colonizadores. Esse é parte do discurso do primeiro ministro Kevin Rudd em 2008: “Pedimos desculpas pelas leis e políticas de sucessivos parlamentos e governos que infligiram dor profunda, sofrimento e perda sobre estes nossos compatriotas australianos. Pedimos desculpas especialmente por ter tirado crianças aborígenes e da ilha Torres Strait de suas famílias, de suas comunidades e de seu país. Para a dor, sofrimento e mágoa destas gerações roubadas, dos seus descendentes e para as suas famílias deixadas para trás, podemos dizer sinto muito. Para as mães e os pais, os irmãos e as irmãs, para a separação de famílias e comunidades, dizemos sinto muito. E para a indignidade e degradação infligida, assim, a um povo e uma cultura gloriosa, nós pedimos desculpas”
• Yom Kipur (Dia do Perdão Judaico): esta é uma das datas mais importantes para o Judaísmo e é dedicada à reflexão sobre os erros cometidos, voluntários e involuntários. Esse dia é o resultado de um período anterior (dateshuvá) de arrependimento, no qual as pessoas são convidadas a olharem para si e se aproximar do bem. É uma data móvel que em 2016 ocorrerá no dia 12 de outubro.
Pedir desculpas não é fácil mas é possível. Queremos muito saber como foi a experiência com a classe nessas atividades e as reflexões que eles trouxeram. Nosso email é carlotas@carlotas.com.br