Hoje, o Brasil estreou na Copa do Mundo Feminina com uma goleada em cima do Panamá. Mesmo quem não gosta de futebol deveria estar acompanhando, pois esta copa consolida uma discussão importantíssima sobre equidade de gênero.
Tanto é que Carlotas não trabalhará nos horários de jogos da seleção brasileira propondo novos horários de reuniões e atividades que coincidirem com a agenda do time do Brasil na copa.
Por que as empresas param para o futebol masculino? Ah, tem muito mais investimento, é uma questão de negócio. Sem dúvida, um negócio chamado machismo. Sem investimento, não há como aumentar o alcance do futebol feminino. Um esporte que temos a melhor jogadora do mundo ganhando 10 vezes menos que o melhor jogador do país.
Falar de DEI (diversidade e inclusão) e equidade de gênero na empresa é ótimo, mas teórico. Quebrar vieses e preconceitos são ações práticas no dia-a-dia.
O Estadão soltou uma matéria com uma pesquisa que dizia que apenas 10% das empresas iriam acomodar os horários para que os funcionários pudessem acompanhar os jogos. De novo, não é sobre gostar ou não de futebol, apoiar ou não a CBF. É sobre equidade – dar condições para que a pessoa possa participar da mesma maneira. Sem exposição e sem apoio, o futebol feminino não irá evoluir, os salários continuarão desiguais, o esporte continuará sendo visto como apenas masculino e a desigualdade se perpetuará.
Não tão abrangente como a pesquisa do Estadão, meu (bom) senso mapeou que a maioria das empresas que – sem graça – responde que não liberará o time para ver os jogos, alega que não deu tempo de organizar a rotina e processos para liberar o pessoal. Quatro anos de antecedência é realmente pouco para mudar o comportamento. Então, já aviso, corre que Natal já tem data marcada esse ano, não vai perder também!