Será a empatia um comportamento em extinção?

Em 1979, um grupo de pesquisadores realizou uma autoavaliação buscando entender o quão empática as pessoas se consideravam. Na época, o score médio foi 4 pontos, sendo 5 a nota máxima. Esse mesmo teste foi realizado em 2009 e o resultado médio foi de 3 pontos. O que explicaria as pessoas estarem se percebendo menos empáticas? As hipóteses deste grupo são as seguintes:

Empatia é um comportamento primitivo. Alguns animais, como macacos e golfinhos, por exemplo, também sentem um tipo de empatia. Fomos desenhados pela natureza para sentir, mas a realidade que nos moldou mudou drasticamente. Quando vivíamos em tribos conhecíamos todas as pessoas e suas histórias, isso tornava muito mais fácil entender a perspectiva dos outros. Hoje, nossa tribo perdeu contornos, pertencemos a vários grupos, mas sem necessariamente conhecer todas as pessoas profundamente Vivemos em cidades cada vez maiores, onde as vezes não conhecemos nosso vizinho de porta do prédio onde moramos. Conseguir compreender o modelo de mundo dos outros, quando não os conhecemos, é muito mais difícil.

Outro ponto similar trazido pelos pesquisadores está relacionado às distâncias. Em tempos remotos, nosso horizonte era bastante limitado, o que limitava o encontro com tribos e culturas diferentes. Hoje, com carros, trens aviões e a internet, temos a disponibilidade de nos relacionarmos com pessoas de outros continentes, que pensam e entendem o mundo com olhos totalmente diferente dos nossos.

Um terceiro ponto levantado foi o da velocidade das mudanças sociais. Embora a mudança esteja presente desde sempre, podemos concordar que ela parece estar acelerando cada vez mais. Ter empatia por um novo movimento social, com novas regras e lógicas leva certo tempo. Somos seres acostumados a criar padrões como forma de sobrevivência. Quando algo quebra essa lógica a primeira reação normalmente é a de estranhar.

Um quarto e último ponto indicado está relacionado a forma de funcionamento das mídias sociais. Todos nós provavelmente já nos deparamos com um discurso de ódio repleto de likes, coraçõezinhos e comentários de apoio nessas plataformas. Essas respostas servem como recompensas para as nossas ações violentas e com isso a tendência é que isso se repita e se propague.

A conclusão dos pesquisadores é que ser empático hoje em dia requer nadar contra a correnteza, o que faz sentido diante dos argumentos. Mas será que não existem forças a favor da empatia? E se existem, quais seriam elas? Para responder essa pergunta queremos a sua opinião. Para você, que fatores favorecem empatia atualmente?

* Ilustração da capa comissionada pela //unsplash.com/@unitednations – ONU internacional .

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