Quebrando os estereótipos que temos em relação às pessoas do espectro autista, a série “Love on the Spectrum” mostra que, sim, eles querem se relacionar. Da maneira deles. Dentro do limite individual de cada um, é possível viverem e conviverem, inclusive como casal.
A série mostra a jornada de jovens adultos no desafio de se relacionar. Não há como não se envolver e se apaixonar por cada um deles. Vale a pena assistir para nos familiarizar com o tema, abrindo nossas referências e poder enxergar o mundo por esse novo prisma.
Para mim, além desse passeio pelo olhar deles sobre as relações, ficam duas reflexões centrais.
Primeiro, idealizamos as relações e o outro. Temos como referência um amor hollywoodiano, eterno e feliz para sempre. Isso é cruel para todos. Para os neurotípicos e, principalmente, para os atípicos. Os acordos não ditos, as entrelinhas, a expectativa criada e a dificuldade de termos conversas honestas e abertas. E isso leva ao segundo ponto, a literalidade que as pessoas do espectro autista tem. A verdade fica acima do que o outro vai pensar ou sentir. Mas, fiquei me perguntando se não somos literais / honestos por medo de magoar o outro ou por medo do que o outro vai pensar de nós. Infelizmente, acho que é a segunda opção. Contrariar o outro é uma opção – e um direito – que temos. Deixamos de exercê-la porque queremos sempre agradar, mesmo que nos desagrade e, assim, não estamos inteiros.
Terminei essa temporada pensando que presente é poder olhar o mundo com os olhos do outro e aprender, e esperando a segunda. Por ora, tem um vídeo deles dando um update de como estão e isso já ajuda a matar as saudades.