“Somente quem escuta o outro pode, de fato, dialogar com o outro. E somente quem dialoga pode estar junto com o outro. Somente quem está junto do outro pode caminhar com ele. E somente caminhando juntos chegaremos mais longe.”
Bruna Ribeiro
O mês de setembro nos surpreendeu com encontros pra lá de especiais e ao mesmo tempo desafiadores. Mas, como a equipe do ExploreCarlotas busca sempre fortalecer os ouvidos que escutam, que veem, que sentem, se emocionam e celebram as descobertas e aprendizagens tanto das crianças quanto dos educadores, nos desafiamos entre tantos encontros e temáticas. Acreditamos, assim como a Bruna Ribeiro, que para adentrar o universo da escuta, é preciso disponibilidade… e foi com essa disponibilidade e disposição para o novo que seguimos neste mês.
Tivemos mais de 38 encontros nas escolas e em alguns CEUS das comunidades vizinhas. Dialogamos sobre diversas temáticas que, diga-se de passagem, tivemos a alegria e o prazer de trocar saberes e experiências com as crianças, adolescentes, professores(as), funcionários(as), famílias e toda comunidade escolar.
Conheça um pouquinho do nosso fazer pedagógico nesse mês.
Em algumas escolas, continuamos dando espaço para dialogarmos sobre as temáticas: Empatia: Comunicação Não Violenta e as necessidades não atendidas, assim como uma das principais temáticas que vem despertando diversas reflexões e incômodos no cotidiano escolar, as Violências: Impactos e Perspectivas. Além dessas temáticas, tivemos a oportunidade de dialogar também sobre:
- O brincar na Educação Infantil;
- A escola e a família como parceiras no desenvolvimento integral dos bebês e crianças;
- Birra: A Desregulação Emocional como forma de comunicação;
- Gênero na Educação Infantil;
- Setembro Amarelo: Saúde Mental e Emocional com jovens.
Além dessas temáticas, nosso time foi convidado a participar do Seminário de Segurança Escolar, pela DRE Santo Amaro, juntamente com o NAAPA para dialogarmos sobre: “Fortalecimento de vínculos e quebra de ciclos de violência”. Compartilhamos a fala com vários convidados importantes como a CGM, profissionais da Saúde e da Educação compartilhando suas ações, experiências, desafios e conquistas. E para a nossa alegria, um grupo de jovens da escola EMEF Padre Aldo da Tofori lançou em meio a tantos desafios na época da pandemia, o livro: “A Caminho da Felicidade”, que tivemos a honra de sermos presenteadas. Foi incrível e gratificante esse momento! Ainda traremos elas aqui para que vocês conheçam! Aguardem!
E como destaque do mês, na maioria dos encontros, nos debruçamos em dialogar com os professoras(es), gestoras(es) e educadoras(es) sobre a escuta qualificada. Um encontro baseado no livro “Pedagogia das Miudezas” da Bruna Ribeiro, que nos lança um novo desafio e uma nova forma de olhar e rever o poder da escuta do(a) educador(a), para além do fazer pedagógico. Uma pedagogia que coloca as crianças e seus conhecimentos em primeiro lugar deve começar com a valorização da escuta ativa como base fundamental. Isso também implica considerar a importância da formação profissional em habilidades de escuta. Por isso, lançamos alguns desafios para que as(os) educadoras(es) pudessem refletir sobre a sua escuta na prática.
O primeiro convite, foi olharem na tela e observarem quais dessas palavras abaixo se faziam presente ou não em sua prática pedagógica e por quê?
Disponibilidade . Abrir mão . Crer . Apoiar .Respeitar. Coragem . Estar aberta a mudanças e transformações . Estar junto.
Foi encantador ouvir tantas experiências e vivências de suas práticas pedagógicas e umas das coisas surpreendentes foi as(os) educadoras(es) perceberem que a sua escuta perpassa não só ouvir as crianças verbalmente, mas suas necessidades em vários espaços e contextos.
Continuando nossa jornada de aprendizado, convidamos as(os) participantes para uma atividade prática de escuta envolvida no jogo Dixit ou em algumas materialidades. Lançamos dois desafios:
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Pense em duas crianças totalmente distintas/diferentes uma da outra.
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Escolha uma imagem ou materialidade que representa metaforicamente cada uma delas.
Depois, compartilharam essas imagens e materialidades com dois ou três colegas professores, discutindo as características, qualidades, comportamentos e personalidade das crianças representadas. E por último, perguntamos para eles/elas: Você consegue se identificar com alguma dessas crianças? E para a nossa surpresa, muitos(as) professores(as) se emocionaram nessa reflexão, pois a escuta qualificada nos mostra que para que eu aqueça o outro, eu preciso estar aquecido(a) e através dessas experiências os(as) educadores(as) não só conseguem refletir sobre a sua escuta pedagógica, como também a sua escuta interior. Por isso, buscamos refletir sobre a escuta em vários espaços da escola:
Como as crianças se comunicam?
- Como as crianças se comunicam no parque?
- Como as crianças se comunicam nas entradas e saídas?
- Como as crianças se comunicam no refeitório?
- Como as crianças se comunicam dentro de sala?
Por fim, fechamos o mês de setembro com o sentimento de gratidão pelos encontros, pelas partilhas, trocas de experiências e muita escuta. E que venha outubro nos presentear com mais ensinamentos!